quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Sobre Supermercados e um em especial

Devo ser a única pessoa do mundo que se sente nostálgica e que gosta de ir a supermercados para desanuviar (a única é exagero, melhor “uma das poucas”). Sempre que estou com a cabeça pesada, sentido-me mal ou apenas solitário, vou ao supermercado. 

Lá, caminho sem pressa, comparo preços, rodo o lugar todo por várias vezes. Isso me distrai e acabo realmente interessado pelos produtos, o que faz com que as coisas que incomodavam minha cabeça deem um tempo. Às vezes compro coisas demais, coisas que não preciso. Mas sempre vale a experiência. 

Faço isso há mais de 10 anos.

Há um supermercado que especialmente me provoca muita nostalgia. Lembro da época que ia ali com com amigos que não tenho mais contato, lembro até de pessoas que encontrei no lugar e de amigos que moravam perto. Enfim, é muito difícil tentar transmitir isso e creio que o resultado nunca será satisfatório, nunca estará a altura do que sinto.

Também gosto de observar pessoas nos supermercados. As crianças pidonas, as senhoras escolhendo tomates com o maior cuidado do mundo, os jovens comprando carne e bebida, casais, avós com seus netos e os funcionários. Minha mente vagueia ali.

Se um dia eu morar perto de um supermercado 24hs farei diversas expedições noturnas por lá, para extirpar a solidão e as sensações indesejadas que aparecem com a noite.



publicado originalmente AQUI.

Sobre Ingratidão

A ingratidão é um aspecto inerente ao ser humano. Precisamos aceitar este fato, esta parte de nossa natureza, pois ao aceitar podemos trabalhar para mudar. Não é fácil, mas é possível.

Temos a tendência de ignorar quase tudo de bom que fazem por nós. Cada esforço, agrado, demonstração de amor, preocupação, afeto, amizade, confiança e até mesmo gratidão vinda do outro se mostra ineficaz. Sentimos que quem age assim conosco não faz mais do que a obrigação, do que o mínimo possível. Somo seres egoístas e individualistas. Mas, claro, recusamos este fato sobre nós mesmos e se alguém nos acusa de algo tão terrível assim, não aceitamos.

Falar sobre gratidão sem cair em lugar-comum é difícil. Não me refiro aqui à gratidão por estar vivo e não penso que você deva fazer saudação ao sol sempre que acorda pela manhã. Pro inferno com “namastê” e “carpe diem”. Falo da gratidão em relação aos outros e ao que fazem por você. De reconhecimento, e até mesmo de alteridade e empatia.

Devemos nos policiar constantemente, analisar como as pessoas nos tratam, para que assim não sejamos injustos e ingratos. Penso que algumas coisas ajudam na manutenção da ingratidão e discorro rapidamente sobre elas a seguir:

Temos a tendência de relevar coisas boas e positivas (ainda mais quando elas são quase uma constante) e elevar coisas ruins e negativas que nos acontecem. Assim, aquela pessoa que faz muito por você nunca é notada, a não ser quando erra. Isso é muito comum nas relações de trabalho. Afinal,todos já sentimos em determinado momento que trabalhamos e nos esforçamos muito, mas nunca tivemos o reconhecimento merecido — o reconhecimento só existe no fracasso.
Por notarmos mais os comportamentos e aspectos ruins de nossas relações, guardamos rancor e colocamos quaisquer outras atitudes e acontecimentos em uma espécie de balança emocional em que o lado negativo acaba pesando sempre mais. Isso acontece com quem é traído, por exemplo (e lembro aqui que a traição pode ser com outra pessoa ou — a que alguns consideram ainda pior — a traição da confiança). O perdão, por mais falso e aparentemente fútil que seja, é necessário, uma vez que se trata de um mecanismo que nos permite seguir adiante em nossas relações que foram fraturadas. No entanto, além de não perdoarmos, ainda inibimos qualquer tentativa de reparação.
Pessoas boas demais nunca recebem gratidão. Quando o comportamento normal do indivíduo é de ser caridoso e ajudar a todos como pode, quando o indivíduo é sempre alguém prestativo e pronto para fazer qualquer favor a qualquer hora, ele perde seu valor. Como alguém que constantemente é assim, ele não é mais notado. E se uma vez apenas não ajuda alguém, por qualquer motivo que seja, é crucificado. Quando acostumamos as pessoas a terem todos os seus desejos e exigências prontamente atendidos, elas verão isso como um direito, como algo normal, e se deixamos de cumprir com alguma exigência ou desejo, por mais egoísta ou aproveitador que seja, tornamo-nos nós egoístas e aproveitadores. Acostumar alguém à nossa caridade e boa vontade pode ser um erro e, se fazemos isso, deve ser uma escolha consciente de que quase nunca será algo recíproco.

Por fim, a intimidade pode ferrar com a gratidão. Pessoas muito íntimas dependem de você e pensam que é sua rotineira obrigação estar sempre ali para servi-las.Não agradecem, não veem o que faz por elas e, ao contrário, exigem cada vez mais, cobram e até mesmo reclamam quando você não cumpre com suas expectativas.

Assim como o amor, em minha opinião, é algo que damos sem esperar nada em troca (não pode ser quantificado), o que fazemos de bom pelos outros devemos fazer sem esperar nenhum retorno, sequer um agradecimento ou reconhecimento. Gratidão, assim como empatia, é coisa rara nas relações sociais. Poucos são capazes de ver o esforço do outro.

Vivemos relações egoístas, onde há muita cobrança e reclamação. As pessoas querem sempre mais e quando não estão satisfeitas em suas exigências partem para outros relacionamentos, ou traem. Devemos ter consciência de que quase nunca teremos reconhecimento pelo que fazemos de bom; e que se fazemos algo de bom, isso deve ter mais a ver com o nosso caráter do que com uma busca por gratidão.

Por outro lado, devemos nos esforçar para que nunca deixemos de ser gratos (e de demonstrar claramente esta gratidão) por aqueles que nos ajudam e fazem por nós, por menor que seja a ajuda, por mínimo que seja o ato.

Talvez nunca cheguemos ao ponto de estarmos satisfeitos com o modo como somos reconhecidos e tratados. Talvez nem mesmo mereçamos a gratidão que pensamos merecer. É um assunto cheio de subjetividades. Mas tendo tudo isso que eu disse acima em mente, com certeza podemos melhorar nossas relações neste aspecto e assim passar a exigir menos e a reconhecer mais das pessoas ao nosso redor.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Sobre viajar sem sair do lugar, chuva e Sandman

Era Julho de 2005. O dia estava sombrio: nublado, chuvoso e frio. Coloquei um casaco, peguei minha pasta de mão de couro sintético e um guarda-chuva e saí do escritório para resolver algumas pendências na Prefeitura Municipal. Um pouco antes de chegar, a garoa se transformou em uma tempestade.

Na hora de ir embora, não quis esperar, então abri o guarda-chuva e, apesar do clima, resolvi passar na banca de revistas. Dei uma olhada em tudo e não havia nada de diferente, exceto por uma edição enorme em capa dura, chamada Sandman - Prelúdios & Noturnos. Eu já tinha me deparado com as antigas edições que tinham saído pela Editora Globo e pela Metal Pesado, mas mesmo assim não fazia ideia do que se tratava. Como a HQ estava lacrada, pude apenas admirar a capa e ler a sinopse na contracapa. Lembro até do preço, 60 Reais - o que, na época, era muita grana. Mesmo assim resolvi comprar.

A chuva aumentou ainda mais - a enxurrada cobria a calçada.

Voltei para o escritório, deixei as coisas e fui embora na chuva. Logo que cheguei, tomei um banho demorado e fiz uma caneca de chocolate quente. Ajeitei-me na cama (gosto de ler sentado na cama, apoiado em travesseiros) e abri a HQ. Li do início ao fim, sem interrupções.A chuva como trilha sonora. Fui totalmente sugado para o reino do sonhar por algumas horas.Quando terminei, ouso dizer que eu já não era a mesma pessoa.Exagero dizer isso? Talvez. Mas poucas obras me deixaram tão boquiaberto assim.

Sempre me lembro deste dia. Um dia de chuva, conforto e descoberta. Por conta disso, procurei ler todas as edições de Sandman em dias chuvosos. Isso levou muitos anos, mas consegui.Foi uma das maiores e mais prazerosas viagens de minha vida.

  

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Sobre um banco de praça

Chabouté é um premiado autor de quadrinhos francês. Seu traço, sempre em nanquim, é expressivo e suas histórias são ao mesmo tempo simples e profundas. Entre as minhas preferidas, está Un peu de bois et d'acier (Um Pedaço de Madeira e Aço, no Brasil, é Park Bench, em inglês). Trata-se de uma novela gráfica sem balões ou textos, cujo personagem principal é um banco de praça. Acompanhamos sua história através de décadas: namorados, mendigos, pessoas solitárias, animais e coisas que, mesmo que uma só vez, entraram em contato com o banco. Entre momentos tristes e emocionantes, vemos que um pedaço de madeira e aço é muito mais que isso, ao ser uma testemunha silenciosa e duradoura de muitas histórias.

Ao ler este quadrinho, pensei em meu próprio banco de praça. De modo figurativo, porque não se trata de apenas um banco específico. Às vezes quando passo por um desses bancos eu sento e lembro de longas conversas que tive ali, de sorrisos e trocas de olhares, de desejos, de cumplicidade e momentos delicados e leves. Lembro de tudo. E sim, eu realmente faço isso vez ou outra; sento em um determinado banco e penso em tudo o que passei ali. Penso em quem estava comigo também. Então suspiro, levanto-me e sigo com um sorriso leve.




A Chuva

Choveu bastante em Janeiro. Chove neste exato momento e choverá mais em Fevereiro (é o que dizem os meteorologistas). A chuva sempre me afeta muito. Assim que começa a chover, fico mais confortável e sentimental. Lembro-me de encontros que aconteceram na chuva, de quando protagonizei uma cena digna de um filme de comédia romântica com o John Cusack, das viagens que fiz sob tempestades, de tardes cinzas passadas em Cafés, enfim, lembro de momentos confortáveis, emotivos e significativos de toda a minha vida que tem certa ligação com a chuva. Amo a chuva e amo todos esses momentos. Em minha cabeça, chuva é isso, algo que combina com amor, conforto e ótimas experiências.




domingo, 2 de fevereiro de 2020

Manoel de Barros

Fôssemos merecidos de água, de chão, de rãs, de árvores, de brisas e de graças!
Nossas palavras não tinham lugar marcado. A gente andava atoamente em nossas origens.
Só as pedras sabiam o formato do silêncio. A gente não queria significar, mas só cantar.
A gente só queria demais era mudar as feições da natureza. Tipo assim: Hoje eu vi um lagarto lamber as pernas da manhã. Ou tipo assim: Nós vimos uma formiga frondosa ajoelhada na pedra.
Aliás, depois de grandes a gente viu que o cu de uma formiga é mais importante para a humanidade do que a Bomba Atômica.





Um poema do incomparável Manoel de Barros, para começar a semana com simplicidade, humor e beleza. 
Leio poemas durante a madrugada; é um bom modo de pegar no sono, entre versos e rimas. E que sonhos eu tenho!

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Rider on the storm

Algo sempre acontece quando viajo de moto: mesmo com o sol a pino, sem nenhuma indicação de chuva, uma tempestade aparece. Já encarei uma muito parecida com a da foto abaixo, com raios caindo ao meu redor em um barulho ensurdecedor, chuva forte e ventania. Eu não tenho medo e não paro para esperar que passe. Na verdade, adoro viajar na chuva. Abro um sorriso na rodovia quando vejo tudo negro à frente. Entro com tudo na chuva e viajo assim sem problemas, leve o tempo que levar.

Como canta Gessinger: Hoje o céu está pesado//Vem chegando temporal. E mais uma vez vou pegar a estrada. Com um sorriso no rosto. E isso não tem nada a ver com o destino. A viagem em si é a realização.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Um sonho e um bom dia


Sonho 

Estava em uma espécie de camping ou algo do tipo. Andava pelas redondezas, examinava os detalhes da natureza. Mas logo eu precisava ir para alguma cidade, e uma tia me deu carona. ela dirigia de uma forma muito lenta e atenciosa. 

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Cheguei na cidade e uma amiga me disse: "conversa com ela. Ela tem a cabeça meio complicadinha e cheia de coisas, mas vai adorar te ver. Vai fazer bem pra ela". Ela estava no sofá, lendo algo impresso em papel sulfite, e não me viu chegar. Olhei por cima das folhas e ela sorriu. Então deitei ao seu lado, peguei as folhas e comecei a ler com uma voz engraçada. Ela se aninhou em mim, com um sorriso no rosto, e ficamos assim até o sonho acabar. 


Um bom dia

Acordei e desliguei o alarme do telefone. Vi que tinha algumas mensagens de uma pessoa com a qual nem tenho intimidade ou muito contato. Ela me elogiou. Algo assim, simples e totalmente inesperado, às vezes é tudo o que precisamos para começar o dia bem.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Algumas músicas são maiores do que a vida

Às vezes demoramos para notar isso. Às vezes ouvimos a mesma música por anos, até que um dia a epifania acontece. Então passamos a ter a certeza e ver com clareza que tal música é de fato maior do que a vida. Isso me acontece de tempos em tempos. Neste ano de 2019 aconteceu duas vezes. Falarei aqui sobre a música da segunda ocasião. A música é “The Last Time I Saw Richard”, da Joni Mitchell.

Ouço “Blue” desde que me entendo por gente. E desde a primeira audição, sempre achei um dos maiores álbuns músicais já feitos. Como disse Renato Russo, na introdução do cover feito para o Mtv Acústico da Legião Urbana: é uma das maiores poetas do rock’n roll e é uma letra seríssima.
O álbum de 1971 é como uma viagem por diversos sentimentos, mas sempre com um tom melancólico (o título da obra não se refere a uma cor, afinal). Desde o começo, com “All I Want”, até o encerramento com “The Last Time I Saw Richard”, às vezes enfrentar uma audição detalhada e atenciosa pode ser uma quasi-tour-de-force, principalmente se você for uma pessoa mais empática ou com tendência a ficar “na bad” depois de apreciar uma obra densa. Ao longo dos anos as minhas músicas preferidas mudaram. Lembro bem que minha primeira preferida foi “All I Want”. Depois de alguns anos passou a ser “River” e, ultimamente, era “A Case Of You” (que continua a ser uma das mais belas composições da música pop!).
Sempre encarei “The Last Time I Saw Richard” como aquela música que a Legião Urbana tocou. Por isso, e por ser a última composição do lado B, ela nunca chamou minha atenção. Até agora.
Após uma introdução ao piano, Joni canta:

The last time I saw Richard was Detroit in ‘68 // And he told me // all romantics meet the same fate someday // Cynical and drunk and boring someone in some dark cafe // You laugh, he said you think you’re immune, // go look at your eyes //They’re full of moon // You like roses and kisses and pretty men to tell you // All those pretty lies, // pretty lies // When you gonna realize //they’re only pretty lies//Only pretty lies, just pretty lies…

E isso me atingiu como um soco. Tornei-me Richard, afinal. Ou pelo menos tive o destino que, segundo ele, os “românticos” tendem a encarar algum dia. Como alguém que lia Goethe e fantasiava vidas inteiras com garotas que me diziam “oi” com um sorriso aos 16 anos de idade, creio que tenho propriedade para falar sobre o assunto.
Nada mais natural do que, com o passar dos anos e com as experiências, abandonar o romantismo e notar que a vida real não pode ser fantasiosa, perfeita ou trágica. No entanto, para alguém que afundou sua juventude em poetas e escritores românticos, quase não há alternativa a não ser trocar tudo isso por uma visão cínica, fria e realista sobre qualquer relacionamento. Mas a letra da canção segue:

He put a quarter in the Wurlitzer, and he pushed //Three buttons and the thing began to whirr //And a bar maid came by in fishnet stockings and a bow tie //And she said drink up now it’s gettin’ on time to close //Richard, you haven’t really changed, I said //It’s just that now you’re romanticizing some pain that’s in your head //You got tombs in your eyes, but the songs //You punched are dreaming //Listen, they sing of love so sweet, love so sweet //When you gonna get yourself back on your feet? //Oh and love can be so sweet, love so sweet…

Ao não mais romantizar relacionamentos, passei a romantizar a dor, o vazio e a frustração que ocorriam com a falta deles (ou por causa deles). No entanto, se ninguém consegue ser feliz o tempo inteiro, ninguém também consegue ser uma pessoa amarga o tempo todo.
Por isso, apesar de tudo, continuei (continuo) a me cercar de belas obras. Afinal, os poetas românticos ainda são impecáveis, as pinturas de Turner, R. Wilson, Konstantinovich e tantos outros ainda evocam profundos sentimentos e sensações e todos os clichês e repetições da música pop ainda me arcertam em cheio a cada nova canção de amor.

Na real, não dá para seguir sem estas coisas. É por isso que em todo natal revejo “The Shop Around The Corner” e ainda me emociono. Precisamos disso – por mais que isso seja apenas uma romantização cafona e efêmera.

Richard got married to a figure skater/And he bought her a dishwasher and a Coffee percolator//And he drinks at home now most nights with the TV on//And all the house lights left up bright//I’m gonna blow this damn candle out//I don’t want Nobody comin’ over to my table//I got nothing to talk to anybody about//All good dreamers pass this way some day//Hidin’ behind bottles in dark cafes//Dark cafes//Only a dark cocoon before I get my gorgeous wings//And fly away//Only a phase, these dark cafe days.

São fases, afinal. Em um dia acreditamos no amor como a única salvação. No outro, somos cínicos bêbados e entediantes. Mas há uma constante, sempre a mesma, sempre necessária e real: a arte. E foi assim que “The Last Time I Saw Richard” se tornou a minha canção preferida do álbum. Uma canção maior do que a vida.


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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Resoluções de ano novo



Nunca fiz este tipo de coisa. Nesta passagem de ano foi a primeira vez que realmente me dei ao trabalho de criar objetivos, metas e caminhos para o ano novo. Não pensei em muitas coisas - porque cumprir mesmo poucas resoluções pode ser algo difícil. Bem, vamos a elas:

1 - trocar meu veículo. Tenho a mesma moto há 12 anos. Visualmente ela está feia: suja, com alguns amassados e falhas na pintura. Mas  não me importo com isso e o que importa está novo. Troco o óleo, uso somente combustível de confiança e eu mesmo faço revisões periódicas. Mas minha moto é pequena, e isso dificulta longas viagens (dificulta, mas não impede). Ainda não sei se pego uma moto maior ou um carro. O mais importante eu já consegui, que é o valor. Enquanto não decido, junto mais uma grana enquanto espero. 

2 - praticar exercícios. Bem, não é uma resolução tão nova, uma vez que tem mais de 2 anos que faço musculação. A novidade/resolução diz respeito a exercícios aeróbicos. Comecei bem de leve. Mas está dando certo.

3 - dedicar mais tempo e atenção a mim mesmo. Esta é a resolução mais importante. Eu parei de correr atrás de pessoas que não se esforçam pra estar comigo. Antes, se alguém me chamava para fazer algo, eu sempre topava, mesmo sem vontade. Agora, aprendi a dizer não. Aprendi a fazer o que realmente quero. Em vez, por exemplo, de viajar debaixo de chuva por mais de uma hora para estar com alguém que pouco se importa comigo, estou aqui em meu quarto, deitado confortavelmente em minha cama. Amanhã acordarei cedo para me exercitar. Vou rever uma pessoa que é uma grande amiga à noite. E durante o dia quero ler muito. E isso não poderia me deixar mais feliz. A partir deste ano vou viver assim, fazendo só o que quero, o que me faz bem, e vou deixar as chateações e prováveis decepções de lado. Não gosto de pensar no quanto já me sacrifiquei para agradar certas pessoas. Mas pelo menos agora (sim, a palavra da vez é "agora") eu mudei. 

Resumindo: o ano mal começou e eu já consegui cumprir minhas resoluções. Este ano tem tudo para ser um grande ano. E será.