segunda-feira, 22 de novembro de 2021

 Quando aprendemos a direcionar o nosso amor ao que é recíproco, a sensação é libertadora. É horrível direcionar o amor, atenção, carinho, afeto e qualquer outro sentimento afim a pessoas que simplesmente não se importam. É emocionalmente desgastante. 

Antes, eu vivia esperando por migalhas de retorno, em resposta ao que eu sentia. E quando recebia essas migalhas, eu ficava feliz, mas sempre querendo mais, sabendo que eu merecia mais. E, assim, ficava emocionalmente dependente, sempre melancólico, com aquela sensação constante de não ser amado de volta. Vivi anos assim, em uma relação unilateral em todos os sentidos. 

Quando aprendi a amar de volta somente aquilo (e aquela pessoa) que sente o mesmo por mim, minha vida ficou infinitamente mais leve e suportável. O amor está em tudo o que faço e em todos ao meu redor. Um passeio com um amigo, uma conversa com um parente, pequenas coisas assim podem ser momentos leves e afetuosos. Não dá pra amar gente indecisa, gente dura, seca e que só quer receber sem nunca dar nada em troca. O nome disso não é amor. 

 Importante ressaltar: nada do que eu disse acima tem a ver com relacionamento romântico/idealizado. Romantizar relacionamentos afetivos é algo errado, assim como idealizar pessoas. Isso gera frustração e expectativas tolas, embasadas em filmes de comédia romântica com finais felizes. 

No entanto, algumas pessoas parecem confundir o seguinte: um relacionamento afetivo não-romantizado não é o mesmo que um relacionamento sem amor, carinho, atenção, afeto e reciprocidade. Mais vale um relacionamento breve, mas bonito e sincero, do que anos de um relacionamento tóxico, problemático e unilateral. O que conta é a qualidade, não a duração.

 

 

 

 


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

 Meu único arrependimento na vida é por não ter feito coisas no passado pelas quais eu me arrependeria hoje. Ter um passado impecável não é sinônimo de ter uma vida bem vivida. Os arrependidos (e, ainda mais, os que nunca se arrependem de nada) é que vivem de verdade!


quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Lembrança de uma viagem para F* (SP)

 Início de 2008. Uma banda de surf rock, chamada The Dead Rocks, iria tocar na cidade de F*/SP. Cheguei no começo de uma tarde de sábado. Na rodoviária, liguei para a pessoa que tinha combinado de encontrar comigo e ela não atendeu. Tive uma micro-crise de ansiedade e fiquei sem saber o que fazer. Devo ter ligado umas 20 vezes seguidas. Logo, a pessoa chegou e avisou que não atendeu porque o telefone estava com problema e ela estava dirigindo. Fiquei envergonhado. Mas deu tudo certo.

Já em casa, ela foi se arrumar pra gente sair. Fiquei sozinho na sala. Uma amiga dela, que morava junto, chegou, cumprimentou-me (já sabia quem eu era), sentou em um puff ao meu lado e começou a conversar como se já me conhecesse. Eu não a conhecia e foi nosso primeiro contato. Após dois minutos de conversa, decidi que estava apaixonado. Assim, do nada, à primeira vista, no alto dos meus 20 anos.Nunca esqueci disso. Senti-me muito bem por causa dela. Era uma pessoa agradável (ainda é!)!

Saímos para comer algo em uma lanchonete natureba com um dono nerd (até hoje guardo a filipeta com uma propaganda estranhamente engraçada do local) e  depois fomos a um show em uma praça. Lá, tive um encontro com uma pessoa que realmente detesto. Mas ocorreu algo bizarro: conversei com o cara por horas, andamos juntos e tal. Só fui ligar o nome à pessoa e ver que era quem eu detestava depois, quando minha amiga contou (algo que carece de uma explicação mais detalhada, que não darei aqui). Senti-me um palhaço na hora. Mas, por fim, fomos ao show.

Era um lugar simples com um terreno espaçoso, onde a banda tocava. A noite foi agradável. No dia seguinte acordei cedo e peguei o primeiro ônibus de volta para a minha cidade. Foi um fim de semana memorável.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Lembrança de uma noite em um Café, por volta de 2009

 Chegamos cedo. Era um domingo de inverno. Fazia frio e ventava. Aconchegados em nossos agasalhos, bebemos expressos, masalas chai e cappuccinos. Não contei, mas creio que, juntos, bebemos umas 10 xícaras variadas. A conversa nunca tinha fim. Sorríamos e falávamos e ouvíamos com a mesma vontade e interesse. Ficamos assim por mais de quatro horas. O Café estava fechando. Fomos embora sem querer ir embora. Levei-a até na porta de casa. Ela me deu um abraço muito demorado. Depois, sem se soltar do abraço, encarou-me de perto. Dei um beijo em seu rosto e desejei boa noite. Foi a última vez que a vi.

 Chove. E quando chove eu penso em nós. Num Café qualquer. Dois expressos dividem o espaço com nossos celulares e nossas mãos. Conversamos. Com apreensão e certo nervosismo no começo. Mas também com afeto e sinceridade. Eu te conto dos meus quases, dos meus aindas, e você me conta dos seus. Muita coisa mudou. Dois estranhos? Nem tanto assim. A chuva aumenta. Você olha as horas no celular. Eu olho a chuva lá fora. Queremos ir embora? A situação está desconfortável? Talvez. Bebemos mais um café, cada. A conversa diminui. Há constrangimento no ar. Pagamos a conta e saímos. Ali, na entrada do Café, antes de cada um tomar seu rumo até talvez quem sabe nunca mais, nos abraçamos. E nenhum dos dois deixa esse abraço acabar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

A Câmara Clara, livro de Roland Barthes sobre a essência da fotografia, me marcou profundamente. A escrita poética do autor, ao mesmo tempo profundamente técnica e filosófica, me encantou. E tem um trecho que martela em minha cabeça até hoje. Apenas uma linha:


La vie est ainsi, faite à coups de petites solitudes.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

The First Days Of Spring

 É primavera. A temperatura está agradável. Já consigo tomar um copo de café sem suar ao mesmo tempo. No teto da casa ao lado do local onde trabalho uma pomba estava chocando 2 ovos e eles eclodiram no primeiro dia de primavera. Toda manhã, desde então, passo alguns minutos observando ela cuidar deles. A estação muda. A vida segue.

Não tenho me sentido bem. Não mesmo. Mas isso é tema para outra postagem. Fiquemos com a leveza da primavera. E deixo aqui o filme/musical do Noah and the Whale. É lindo!


The First days of Spring

The First Days of Spring - A Film By Noah And The Whale from Charlie Fink on Vimeo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

 É muito, querer que pelo menos às vezes, pelo menos raramente, nem que seja só por um dia, a vida seja como uma comédia romântica com Tom Hanks E Meg Ryan?

 




Diário de Sonhos VII

 Sonho difícil de descrever. Um complexo com muitas pessoas. Fui levado a uma sala ampla, com portas divisórias no meio, com chuveiros e ralos. Uma mulher com ar autoritário veio até mim e disse que eu seria o novo presidente. Todos estava nus. Urinei em um ralo no canto da sala. Estava tranquilo, mesmo tendo ciência da total falta de sentido daquilo tudo. Um dos presentes era Jennette McCurdy. Ninguém interagia com ninguém. Havia certo ar de desespero geral, como se todos estivessem dopados ou algo assim.

Diário de Sonhos VI

 Dirigi por um bom tempo por uma cidade grande, depois por uma estrada poeirenta e esbranquiçada, além de muito irregular. Cheguei em uma roça enorme, onde grandes felinos caminhavam soltos. Além de alguns amigos, TAYLOR SWIFT estava no local. Depois de passar alguns dias nesta roça, voltei para casa. No caminho, precisei me esconder de alguns caminhões que passavam.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Dias de outono Bebidas coloridas Delicadeza Folhas caídas Cardigã Motocicleta Sorrisos leves Indie pop Vento Noite fresca Olhares demorados Óculos de grau Lomo Cafés expressos Longas conversas sobre tudo Ternura Cappuccino Belle & Sebastian Polaroids Cinema Tranquilidade dias de inverno com sol Convescotes mãos dadas: tudo isso sem pressa, sem vontade de ir embora ou de estar em outro lugar ou com outra pessoa, tudo isso para esquecer um pouco dos horrores diários do mundo e de toda a desesperança que nos cerca.

Diário de Sonhos V

 Eu procurava por um blog de psicologia escrito por uma pessoa na esperança de que, ao achar o blog, eu pudesse ter alguma informação sobre a mesma.Vasculhei a internet por horas até encontrar algo. A pista me levou a uma cidadezinha. Uma vez lá, procurei por ela em todos os lugares, mas ela nunca estava. Descobri que ela estava morando no sotão de uma igreja. Encontrei o lugar, vi suas coisas, senti seu cheiro, mas não a encontrei. Havia um clima de mistério na cidade, como se algo obscuro acontecesse ali.



Diário de Sonhos IV

 São Paulo. As companhias variavam a todo momento. Amigos, uma amiga, parentes. Estava em um ônibus, depois em um metrô, depois em um carro. Passamos por lugares que eu nunca tinha visto. Ruas cheias de detalhes, pessoas com suas fisionomias, paisagens na distância. Tudo era extremamente realista.Como a lembrança de uma viagem (às vezes penso se estes lugares não existem de fato).

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Diário de Sonhos - III

 Uma casa enorme, com vários cômodos, mas sem nenhuma privacidade. Eu não conseguia nem usar o banheiro sem ser interrompido. Ter um momento de intimidade com a namorada de cabelos curtos (minha namorada, mas com seu cabelo de uns 4 anos atrás), então, estava fora de questão. Sempre que tentava ficar sozinho, alguém abria a porta e começava uma conversa. Fiquei estressado e fui para o telhado, que era como o telhado de um prédio, com vasto espaço para andar e um jardim desbotado que formava blocos verdes cercados por grades. Acendi um cigarro. Ventava e o ar estava elétrico. Ignorei as pessoas falando ao redor e tentando me interromper. Um sentimento incômodo de desconforto tomou conta de mim.Estava nervoso. Mas não tinha muito o que eu pudesse fazer.

Diario de Sonhos - II

 Chovia torrencialmente. Não havia luz. A enxurrada levava tudo, abria veias na terra e grandes felinos caminhavam soltos pela região. Eu estava em um prédio com mais pessoas. Entre raios e trovões, procurei a saída do edifício, caminhei por um lamaçal e logo cheguei em uma cidade. Estava sem dinheiro. Havia mais algumas pessoas comigo. Um homem alto e mais velho conseguiu juntar algumas moedas e disse que apostaria no bilhar e que assim faria muito dinheiro para que todos nós pudéssemos sair dali.

Diário de Sonhos - I

Estava em uma excursão, com estudantes de faculdade. Todos juntos, esperando por algo. Alguns entediados olhavam para o nada, outros efusivos conversavam alto e gesticulavam. Alguém me puxou. Era uma garota de cabelos curtos. Ela sorriu e me abraçou. Ficamos assim, esperando. Depois, sozinhos, sentados em uma pequena calçada da fachada de uma loja, nos beijamos ficamos abraçados. Um conforto indescritível tomou conta de mim. Sorri de olhos fechados.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Uma pausa indefinida e a volta aos diários

 Voltei a usar meu moleskine. Deve ser o quarto ou quinto já. Pensamentos íntimos demais, sentimentos intensos demais, nostalgias & melancolias demasiadas para um blog público abandonado. Falo ali comigo mesmo, para me reler e me entender depois. Deposito nas folhas coisas que só teria coragem de conversar pessoalmente. Olho no olho. Segurando as mãos. Coração batendo mais rápido. Coisas assim. Enfim, viagens e coisas do dia a dia também estarão presentes nestes diários continuados. Lá eu vou falar de Saudade. Volto aqui em algum momento. Até.

O maior amor do mundo

Tem dias em que a gente acorda sentindo o maior amor do mundo. Não dá para explicar. Acontece.
Você acorda bem, com um leve sorriso no rosto e vê que tudo está perfeito, mesmo que tudo pareça exatamente como era no dia anterior. É um estado de espírito. Algo que inunda, que preenche. Alguns dias são assim: leves e cheios de amor. Acontece.

domingo, 2 de maio de 2021

Dias de solidão e silêncio

 O que define uma amizade? Um relacionamento afetivo? Um vínculo?

Dizem que é possível ficar anos sem falar com um amigo, que a amizade continua a mesma. Não creio nisso. Vínculos precisam de manutenção constante, de reciprocidade e atenção. Dito isso, sinto-me só. 

Se você deixa de conversar com algumas pessoas, elas se afastam. Por outro lado, quantas pessoas em sua  vida só conversam com você porque você se esforça? 

Este fim de semana foi pesado para mim. Exceto sábado. Passei a sexta toda em silêncio. Metade do sábado também. Abri o whatsapp, pensei em iniciar alguma conversa. Não tive coragem - penso sempre que posso ser um incômodo. Alguns minutos depois um amigo mandou uma mensagem. Chamou pra viajar de moto. Assim, do nada. Creio que ele também estava em um sábado de solidão e silêncio. Viajamos juntos. Conversamos bastante, rimos e fizemos companhia um ao outro. Isso fez meu dia valer. 

Domingo, no entanto, tudo voltou. O mesmo silêncio. A mesma sensação de estar sozinho no mundo. Não troquei mensagem com ninguém. Não falei nem vi ninguém. Se fosse há alguns anos, eu falaria aqui como amo a solidão. Agora, não tanto mais. Alguns momentos são angustiantes.

 Se você tem amigos, colegas, enfim, alguém que ainda se importa com você, dê valor. Importe-se também. 

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Entre tempestades

 Sempre que nos encontramos, tempestades acontecem ao nosso redor.

Por duas vezes, fomos  a um mesmo café. Entramos e, antes mesmo dos pedidos chegarem à mesa, uma chuva forte caiu. E choveu por quase uma hora. Logo em seguida o sol saiu e fomos embora. Nas duas vezes.

Em um domingo nublado e gelado, viajamos até uma cidade vizinha. Paramos numa praça e compramos sorvete. Então um vento forte começou a soprar, o céu se escureceu ainda mais e uma tempestade caiu. Protegidos por uma marquise, ficamos ali tranquilamente vendo a tempestade limpar a cidade com sua força brutal. Depois fomos embora, sob um céu repleto de raios e trovões.

Nossas últimas viagens noturnas, todas elas, aconteceram sob severas tempestades de raios. O céu quase virando dia com raios colossais explodindo nos campos, o ar elétrico ao nosso redor (eu amo esta sensação de eletricidade no ar, essa sensação de suspense em tudo ao redor, de tensão, de prenúncio de tempestade) e o vento gelado e constante são a nossa paisagem.

Viajamos assim, entre tempestades. Em meio a todo o risco, tensão e beleza indomável da natureza, estamos nós. Vivemos entre tempestades também. Nem sempre belas, mas que sempre passam e abrem o nosso céu para mais um dia de sol.

segunda-feira, 8 de março de 2021

Sobre uma tarde cinza

 Tarde cinza. Chuvosa. Estou no meu terceiro expresso. Sem pressa. Sozinho. O som mecânico toca Shaggy (algo que nem gosto, mas que devo dizer que é agradável e cumpre bem seu papel como som ambiente). Lá fora, a chuva. Aqui dentro, eu, sozinho. Pessoas entram, compram e se vão. Só eu permaneço. 

Estou numa paz absurda. Bem tranquilo e calmo. Este é meu modo preferido de passar o tempo, em cafés. Passar o tempo vendo o tempo passar. Não glamourizo a solidão. Quem sabe, realmente seria uma tarde ainda mais agradável com uma companheira ou um amigo ao lado. Mas não reclamo. Aprecio a minha própria companhia. 

Nestes momentos bobos de chuva, café quente e forte, algo doce para quebrar, música ambiente (agora tocando Alanis), nestes momentos me sinto completo. Minha própria presença me basta. Assim como tudo ao redor. Até o barulho vindo da cozinha me é agradável. Estou em paz.


Ps.: Eu estava cantarolando Let Het Go, do Passenger, na minha cabeça, e pensando no significado da letra. Aí, do nada essa música começa a tocar aqui... Aiai.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Sobre deixar ir

Tenho vivido uma vida repleta de tranquilidade.Aquela paz, sabe? Claro, ainda odeio o governo e tudo o que está errado no país, mas, mesmo assim. Uma das melhores coisas que me aconteceram foi ter aprendido a deixar ir. Deixar as pessoas irem. Pessoas que não somam, que não se importam, que somem, pessoas cujo relacionamento dependia inteiramente do meu esforço. Quando comecei a me afastar, minha vida melhorou muito. Quando entendi que não posso ser o único responsável em manter qualquer relacionamento com qualquer pessoa que seja, tudo mudou para a melhor. Perdi duas pessoas que eram bem próximas por conta disso. Pessoas que eu julgava serem minhas amigas íntimas, mas que, quando me afastei e deixei de insistir, elas sumiram.
 
Qualquer tipo de relacionamento exige manutenção e cuidados. Exige interesse e atenção. Sem isso, definha e morre.
 
Ao mesmo tempo, tenho gostado muito de conhecer gente nova. Gente interessante. Gente que tem interesse. Isso dá vida, energia! E tudo vai bem...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A um antigo amigo

Lembro de nossa adolescência. Dos sábados inteiros ouvindo música e vendo o programa alto-falante na TV Cultura.Dos DVDs de shows que víamos juntos, dos inúmeros cds e fitas e mp3 trocados ao longo dos anos.

Das andanças sem rumo, das bebedeiras, das risadas.

Lembro de quando passamos quase dois dias em uma cidade de merda no meio do nada para ver um show, com uma garrafa de cognac barato. Da bebedeira na praça, de velhos tocando malageña salerosa em um bar e a gente sem saber se era real ou delírio. Da gente ouvindo Oasis madrugada adentro enquanto o próximo ônibus não chegava.

Lembro das inúmeras bandas em músicos que me mostrou. Daquele dia chuvoso em que vimos o dvd Music Bank do Alice in Chains.

Lembro de como você escrevia bem. Contos e poemas. Tinha uma energia brutal em tudo o que criava. Era uma escrita passional.

De nossas conversas sobre filosofia, política, literatura, música e tudo o mais.

Por anos a fio.

Lembro de como não nos encaixávamos na sociedade. De como não nos curvávamos a nada e nem a ninguém. De nossa rebeldia, de nosso orgulho, de nossa confusão. Estávamos perdidos, abandonados e não sabíamos de nosso futuro. Apenas vivíamos. Admirávamos os beatniks, por apreciação e afinidade.Éramos marginais subterrâneos. Ou algo assim.

Mas o tempo te quebrou. Ou, não, melhor: o tempo te consertou. Hoje, praticamente 20 anos depois de quando nos conhecemos, você se afastou, tem sua vida, sua família, sua religião e tal. Faz parte da sociedade. E eu me orgulho de você - acredite ou não. Espero que esteja bem e em paz, seja aonde for, seja com quem estiver. Penso em você.

p.s.: E eu? Caso leia isso um dia qualquer, posso dizer: continuo perdido. Sem rumo. Ainda afoito pelo futuro. Ainda sem me encaixar em nada, em nenhum grupo, crença ou sistema. Tornei-me um tanto solitário. Mais do que nunca. Ainda vejo meus filmes e ouço minhas músicas. Ainda bebo minhas cervejas e meus Jack Daniels. Ainda ando por aí sem rumo. Ainda resisto (ao que mesmo?) e luto (pelo que mesmo?). Enfim, não mudei tanto assim. É isso. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Sobre o fim de semana

   Amo fins de semana e sempre aproveito os meus ao máximo. Neste, além de um breve passeio de moto por uma rodovia da região, recebi um amigo em casa. Fora estas pequenas atividades, o resto foi passado no quarto, com um calor de mais de 30ºC lá fora e um ar condicionado de 17ºC dentro. Vi alguns filmes, maratonei uma série e perdi um bom tempo ao celular. Aquela preguiça boa, sem culpa, sabe?

Tanto sábado, quanto domingo, acordei cedo. Fiz café e passei uma horinha com os gatos que ficam de fora da casa (resgatados, castrados e que passam o dia todo no quintal). Depois, conversei um pouco com a minha avó, tomei um banho e passei o resto do dia no quarto, exceto pela visita do amigo. Domingo foi praticamente igual - a diferença é que fiz pães de queijo logo cedo. E é isso. Terminei o domingo tomando um milk shake e vendo mais série.

 Meus fins de semana são sempre em paz, repletos de conforto. Não sei ao certo porque descrevi dois dias comuns de minha vida aqui. Talvez, fiz isso justamente na tentativa de emanar em palavras todo o conforto que eles representaram. 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

O coração leve. O tanque cheio. Um fim de semana logo adiante. Não vejo a hora de pegar a estrada.

Seria bom ter companhia? Claro! Mas convivo bem comigo mesmo também. Já estou com um sorriso no rosto, só de imaginar o amanhã: acordar cedo, tomar um farto café, vestir o velho jeans da Levis, a jaqueta de sarja, o colete e as luvas de couro, colocar o capacete, montar na máquina e sair por aí.

Todo fim de semana tenho rodado mais de 200 kms. Sem rumo, sem pressa e sem destino. A saúde mental proporcionada por esta atividade é algo incrível. Volto para a casa em absoluta paz. Pegar a estrada é zen.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Sobre coisas que têm um enorme significado para mim

Eclipse, Folhas Caídas, Bancos de Praça, Caminhadas, O Teatro Mágico, Longos Olhares, Longos Abraços, Sorriso Sincero, Chuva, Cafeteria, Desenhos antigos, Polaroid, Indie Pop, Lomo, Leminski, Bergman, Amélie Poulain, Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Belle & Sebastian, Pullovers, Mãos Dadas, Moleskine Vermelho, Dias Nublados, Noites Frias, Encontros Esperados, Encontros Inesperados, Borboletas No Estômago, Timidez, Silêncio, O Tempo - Tanto, Tanto Tempo e um nó constante na garganta sempre que penso ou sinto essas coisas que tem um enorme significado para mim. 

Sobre sutileza e delicadeza

 Tento muito viver a vida assim, de forma sutil e delicada. Tento tratar as pessoas assim também. Mas é difícil, principalmente quando não há reciprocidade. No entanto, persisto. Mesmo que alguns dias e algumas pessoas me deixem amargo à vezes, em meu âmago sou o que sou: calmo e leve. E assim permaneço. 

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Eu tenho um problema. Um incômodo, e tenho isso por mais de 10 anos. O nome deste mal é saudade. E, a cada dia que passa, a cura me parece mais e mais impossível. Aprendi a conviver com isso. Às vezes me faz bem, quando em forma de lembranças. Às vezes me dói. Mas é algo que carrego comigo e protejo bem. É a minha saudade.