Chove. E quando chove eu penso em nós. Num Café qualquer. Dois expressos dividem o espaço com nossos celulares e nossas mãos. Conversamos. Com apreensão e certo nervosismo no começo. Mas também com afeto e sinceridade. Eu te conto dos meus quases, dos meus aindas, e você me conta dos seus. Muita coisa mudou. Dois estranhos? Nem tanto assim. A chuva aumenta. Você olha as horas no celular. Eu olho a chuva lá fora. Queremos ir embora? A situação está desconfortável? Talvez. Bebemos mais um café, cada. A conversa diminui. Há constrangimento no ar. Pagamos a conta e saímos. Ali, na entrada do Café, antes de cada um tomar seu rumo até talvez quem sabe nunca mais, nos abraçamos. E nenhum dos dois deixa esse abraço acabar.
quinta-feira, 14 de outubro de 2021
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