sexta-feira, 27 de abril de 2007


Mas porque pensar sobre isso(a morte) quando todas as terras douradas a frente de você e todo o tipo de coisas nunca antes vistas esperam sedentas para surpreendê-lo e fazê-lo feliz que esteja vivo para ver? - Jack Kerouac.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Porão (Plágio, porque se Kerouac pode(Subterraneans) eu também rsrs)

Cena 1
Um quartinho de pensão decadente. Um quartinho pequeno, sem janelas, Talvez no subsolo. Paredes amarelas, descascadas e com manchas de mofo no teto. Uma cama rústica, com um colchão grande e antigo, de molas. No canto, uma pequena estante com um abajour em cima. Um abajour de louça branca, cheio de ranhuras e trincados, com uma luz pálida, amarela e fraca. Na estante, alguns livros: Lorca, Dostoievski, Rimbaud, Joyce e Dickens. Ao lado da estante, num banquinho velho, um gramofone que ainda funcionava. Encostados na parede, enfileirados, alguns LPs: Miles Davis, Robert Johnson, Caetano Veloso, Glenn Miller, Sinatra. No chão escuro e gasto de cimento encerado de vermelho, algumas roupas jogadas e várias folhas escritas à mão, umas amassadas, outras rasgadas. Ao lado da cama uma garrafa de Ballantines pela metade. Pregado precariamente na porta, um poster com dizeres ''liberte egalite fraternite'' em vermelho com um fundo amarelo ameaça cair. Quem habita esse subsolo?

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Aqui vai um pensamento
Para todo homem que tenta entender o que tem em suas mãos
Eu andei por uma terra vazia
Eu conheço o caminho como a palma da minha mão
Quantas pessoas especiais Mudam!
Quantas vidas estão sendo vividas estranhamente!
Onde você estava enquanto eu ficava alto?
Eu estou bem aqui, nunca muito longe
Então acorde, ponha seu vestido
E por essa noite, nós escaparemos da realidade.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

A chuva






You're Growing Up...
And rain sort of remains on the branches of a tree that will someday rule the earth
And that's good that there's rain
Clears the mount of your sorry rainbow expressions
And it clears the street of the silent armies...
So we can dance!
__________________________________________________________________________________________________________
Você está crescendo
E a chuva parece que fica nos galhos das árvores que um dia dominarão a terra
É bom que exista a chuva
Ela clareia os meses e suas tristes expressões do Arco-Íris.
Limpa as ruas dos exercitos silenciosos...
Para podermos dançar!

domingo, 1 de abril de 2007

Alegoria




Chovia.
Ele entrou no café, tirou o sobretudo e o gorro. A barba estava por fazer. Com uma rápida olhada procurou o canto mais escuro e discreto. Foi lá que se sentou. Pediu um copo duplo de capuccino. Ficou sentindo o aroma por um tempo, antes de levar à boca. Entraram mais dois homens vestidos socialmente. Deviam ser advogados. Conversavam de maneira energética.
Ela entrou no café. Roupa colorida, blusa listrada de lã e um cachecol amarelo. Cumprimentou a todos e sentou-se e pediu um capuccino e uma torta de morango.
Enquant os os dois homens conversavam e os empregados do local faziam suas coisas, ele e ela olhavam a chuva através da vitrine. Seus olhares eram um misto de melancolia e nostalgia. A chuva parou. Ela levantou-se, pagou a conta e se foi. Ele ficou por mais um tempo, depois fez o mesmo.
Eles eram feitos um para o outro. Se tivessem se conhecido, seriam, nessa ordem : amigos, namorados, noivos, casados, morreriam velhos e juntos. E felizes. Mas na verdade nunca se conheceram. Nunca se verão novamente. Viverão uma vida rotineira, sem grandes amores, sem aventuras, sem se conhecerem. A chuva fez a oportunidade. O amor estava lá. mas o destino aprontou uma das suas.