sexta-feira, 27 de março de 2009

'' Para uma pessoa que não admite conceitos, tudo soa falso,prepotente e ameaçador, a não ser aquilo que faz parte de seus próprios preconceitos.''

domingo, 22 de março de 2009

O INSIGNIFICANTE

"O que há de mais atrativo que o azul, a não ser uma nuvem, na dócil claridade?
Por isso prefiro ao silêncio uma teoria qualquer e, mais ainda, a uma página branca um escrito quando passa por insignificante.
É todo meu exercício e meu suspiro higiênico."

Ponge.

quinta-feira, 19 de março de 2009

A flor e o espinho


Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha mágoa
É minha dor e os meus olhos rasos d'água
Eu na tua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor
...

quarta-feira, 18 de março de 2009


What sphinx of cement and aluminum bashed open their skulls and ate up
their brains and imagination?

terça-feira, 17 de março de 2009


Estou cursando o segundo ano de Comunicação Social. Nesse período tive professores razoáveis, uns poucos muito bons e alguns medíocres. Pretendo aqui fazer uma micro reflexão de fim de noite sobre um aspecto pertinente a todos mestres: sua atitude na relação aluno x professor.
Baseio-me na minha experiência como aluno, não só de uma instituição de ensino superior, mas desde meu primeiro ano de escola primária.
Há professores que deixam claro a dicotomia professor ensina x aluno aprende. Não há um mínimo de dinâmica, de interação. Esse é o modelo encontrado nas escolas de ensino fundamental e médio.

Na faculdade é diferente: aí sim surge a dinâmica, o debate. Aprendemos a importância de saber conceitos, tecer idéias. O professor universitário abre espaço: ouve seus alunos, sana suas dúvidas. Mesmo quando a maioria dos alunos está aquém do esperado pelo mestre, esse supostamente deve ser paciente, se preciso for, ''desenhar'' para os alunos, esses que são leigos, crianças rescém saídas do mundo do senso-comum, do mundo das aparências. Raríssimas excessões, um aluno não chega à faculdade com Marx, Descartes, Adorno ou Peirce na bagagem. Chega cru, nu, tabula rasa. Os professores, através de muita paciência, compreensão, boa vontade e certa dose de modéstia, têm como objetivo mostrar o universo acadêmico ao estudante, situá-lo, eniná-lo a e forçá-lo a pensar. Tive professores realmente bons, exatamente assim. Filosofia, Sociologia, Teoria da Comunicação, Antropologia, Sociologia da Comunicação, Realidade Regional. Aulas que mudaram minha maneira de ver muita coisa, mudaram meu mundo cognitivo. Serei sempre grato a esses que devem merecidamente ser chamados de mestres.
Há também o professor medíocre, aquele que dá uma aula sem substância, sem vontade mesmo, algo xoxo e triste de se ver. Não tem pragmatismo, dinâmica e nem vergonha na cara.

E há o outro, que nem merece ser chamado de professor. É aquele ''gênio'', aquela pessoa grandiosa, perfeccionista, egocêntrica, que tem sempre a razão, que não se abre para ser questionado, não propõe debates, que crê com todas as forças de sua mente que a sua diciplina é superior a todas as outras e o mundo todo, em todos seus mínimos aspectos, gira em torno dela. É o sujeito que se gaba dos seus feitos, de seu repertório intelectualíssimo, e deixa claro, bem claro, que é mais inteligente que todos seus alunos. Que em sua cabeça a relação ''professor x aluno'' na verdade deveria ser ''Deus x aluno''. De sua torre de marfim, esse sujeito contempla o mundo e tem todas as respostas para todas as perguntas. E ai de quem duvidar dele.

Finalizando...encontro-me numa situação assim com um de meus professores. Que atitude tomar, qual ação deve ser posta em prática? Dizem-me alguns para apenas fingir concordar com tudo o que é dito pelo tal, jogar o jogo dele, sair bem nos testes e esperar tudo isso passar. Dizem para que eu não discuta, não argumente, apenas ouça durante um dia por semana quase três horas de ensinamentos desaforados, calcados em pura falta de modéstia e masturbação intelectual. Mas não sou assim. Mesmo que acabe comprando uma verdadeira ''briga'' com tal sujeito de traços psicopáticos, estou disposto a dizer sempre o que penso, o que duvido sobre tudo o que é me dito. Afinal, não sou uma esponja, não há verdade absoluta, e o mundo não é apenas um amontoado de signos e significações. Pode acreditar, é muito, muito mais que isso.

domingo, 8 de março de 2009

Penso se devo falar sobre mim nesse blog novamente, falar do que sinto, como sou. Me expor completamente, muitas vezes, ao ridículo, ao patético. Vou pensar mais um pouco antes de escrever algo assim...

Enquanto isso, dormirei hoje ouvindo o novo álbum do The Boy Least Likely. Som fofo, inocente, alegre. E acordarei bem cedo para trabalhar. A brisa da manhã, o cheiro, o sol suave, me fazem tão bem...enquanto vou para o trabalho, sinto-me leve. Todas minhas dúvidas, questões, probleminhas somem e fico feliz. Toda manhã é assim.Ah, estou realmente com sono, melhor parar de divagar. Parei.

O estranho caso do garoto sozinho no cinema.

Fui ver O Estranho caso de Benjamin Button. O Filme acabou era quase meia noite desse domingo, o banheiro do cinema estava fechado, vim a pé pra casa e minha bexiga quase explodiu no caminho.
Ah, como é gostoso ir sozinho ao cinema, sentar, parafraseando Godard, em algum lugar no meio, entre a primeira e a quarta fileira, e se entegar ao filme.
Assitir a filmes feitos em película é bom demais, nostálgico, ahhh,adoro!

Bem, estou com sono, então serei direto quanto ao filme em questão: nem o fato de ser vagamente baseado em um conto de F. Scott Fitzgerald e nem o fato de a adaptação ter sido feita pelo mesmo cara que fez a de Forrest Gump, salvam o filme. É um drama que não emociona, é previsível, não nos dá nenhuma atração susrpresa, nenhum momento sublime. É bem ''tela-quente'' esse filme. Lá se foram 8,00. Não arrependo porque ir ao cinema sozinho é sempre uma experiência interessante, mesmo quando o filme é...ruim.

sábado, 7 de março de 2009

Vou sempre que posso à fazenda de um amigo, que fica há uns 15 minutos de onde moro, bem no alto de uma serra. Grama verdinha, árvores com bastante sombra, longe de tudo e todos. Da penultima vez que estive lá, vi uma cabra tendo filhotes.Fiquei um tempão assistindo a cena. Hoje fui até lá de novo. O tempo estava nublado. Dei umas voltas, olhei os animais. Dei espigas de milho na boca de uma vaca. As vacas tem o olhar mais triste do mundo. Um misto de incocência e medo. Como se já soubessem o seu futuro: a morte. Eu amo esses animais. Vocês os comem.
Quanto mais o homem simplifica a sua alimentação e se afasta do regime carnívoro, mais sábia é a sua mente.
(George Bernard Shaw)

É somente pelo amaciamento e disfarce da carne morta através do preparo culinário, que ela é tornada suscetível de mastigação ou digestão e que a visão de seus sucos sangrentos e horror puro não criam um desgosto e abominação intoleráveis."- Percy Bysshe Shelley

"No momento, nosso mundo de humanos é baseado no sofrimento e na destruição de milhões de não-humanos. Aperceber-se disso e fazer algo para mudar essa situação por meios pessoais e públicos, requer uma mudança de percepção, equivalente a uma conversão religiosa. Nada poderá jamais ser visto da mesma maneira, pois uma vez reconhecido o terror e a dor de outras espécies, você irá, a menos que resista à conversão, ter consciência das permutações de sofrimento interminável, em que se apóia a nossa sociedade." --Arthur Conan Doyle

Eu não como carne porque vi carneiros e porcos sendo mortos. Eu vi e senti a dor desses animais. Eles sentem a aproximação da morte. Eu não pude suportar a cena. Chorei como uma criança. Corri para o topo da colina e mal conseguia respirar...senti-me sufocado...senti a morte do carneiro." - Vaslav Nijinsky

"A compaixão pelos animais está íntimamente ligada a bondade de carácter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem." - Arthur Schopenhauer

Por que é que o sofrimento dos animais me comove tanto? Porque fazem parte da mesma comunidade a que pertenço, da mesma forma que meus próprios semelhantes." - émile Zola

quinta-feira, 5 de março de 2009

Muito Além do Jardim

Continuando a escrever à ninguém sobre os filmes que vi...

Nesse último fim de semana foram três: uma comédia ''pastelão'' que nem merece ser citada, ''The Quiet Family'', de Kim Ji-woon, muito bem feito e, claro, bem humorado, onde uma ação desencadeia várias outras e tudo acontece como uma bolinha de neve que vai aumentando seu tamanho ao descer uma ladeira. A história: uma família tem uma pousada no meio do nada, e cada visitante dessa pousada acaba, de um jeito ou de outro, morrendo. Lembrou- me demais um filme do Hitch que vi há anos, em VHS ainda: Trouble With Harry. Tem essa mesma mistura louca de comédia e suspense. Mas sem nada demais, apenas...legal.

E o último foi '' Being There'', filme de de 1979 que saiu no Brasil como ''Muito Além do Jardim'', com Peter Sellers como ator principal.
(''Um Convidado Bem Trapalhão'' causou-me um severo trauma. Explico: Lia em todos os lugares elogios sobre esse filme. ''Um clássico'', ''um dos filmes mais engraçados já feitos'', entre outras coisas parecidas. Fui atrás do tal, assisti e achei horrível. Foram quase duas horas de filme e nenhuma risada sequer. Em uma palavra: xarope. E Peter Sellers tornou-se meu exemplo mor de pior ator. Por isso já comecei a assistir Being There com um pé atrás.)Conheci o filme lendo alguns artigos sobre a Sindrome de Asperger, onde vez ou outra era citado como um razoável exemplo para compreender alguns aspectos desse transtorno.
A história é singela: um jardineiro que morava com seu velho empregador e nunca sequer saiu de casa. Todo o contato que tem com o mundo é através da tv, que adora. Logo no início é notável uma caracteristica interessante: ele não consegue se concentrar em nada. Muda o canal de segundos em segundos. Apesar de aparentar ter mais de 50 anos, seu comportamento é como o de uma criança de 5. Não consegue processar as emoções de um modo normal, não sabe ler e as únicas pessoas que conhece são o empregador, a quem chama de ''o velho'' e a outra empregada da casa. Após a morte do ''velho'', ele é posto na rua por advogados, sem rumo, sem um lar.

Devido à uma série de acontecimentos acaba sendo acolhido por uma família de milionários, torna-se político, chega até a conhecer o Presidente dos EUA e aparece na tv em um programa de grande audiência. O engraçado do filme é que ninguém reconhece o disturbio do personagem. Ao contrário, todos gostam muito dele por sua pureza, sutileza e inocência. E o fim do filme... surreal e de um significado simbólico incrível.
Pra quem gosta de comparações, a melhor seria com Forrest Gump.
É uma película leve, com uma narrativa bem cadênciada, como o raciocínio do protagonista. É engraçado, mas pra mim não se enquadra em uma comédia. Se enquadra naquela categoria pessoal que possuo, de filmes mágicos e belos. Simples assim.

terça-feira, 3 de março de 2009

Pensamentos Avulsos


Nada de pensamentos complicados, filosóficos, existenciais.
Apenas ouço Beck, às 8 da manhã.

O sol está bonito hoje, parece até aquele sol de inverno que tanto gosto.
Tenho saudade do frio.
Respiro fundo.
Sinto-me bem, confortável.