quinta-feira, 5 de março de 2009

Muito Além do Jardim

Continuando a escrever à ninguém sobre os filmes que vi...

Nesse último fim de semana foram três: uma comédia ''pastelão'' que nem merece ser citada, ''The Quiet Family'', de Kim Ji-woon, muito bem feito e, claro, bem humorado, onde uma ação desencadeia várias outras e tudo acontece como uma bolinha de neve que vai aumentando seu tamanho ao descer uma ladeira. A história: uma família tem uma pousada no meio do nada, e cada visitante dessa pousada acaba, de um jeito ou de outro, morrendo. Lembrou- me demais um filme do Hitch que vi há anos, em VHS ainda: Trouble With Harry. Tem essa mesma mistura louca de comédia e suspense. Mas sem nada demais, apenas...legal.

E o último foi '' Being There'', filme de de 1979 que saiu no Brasil como ''Muito Além do Jardim'', com Peter Sellers como ator principal.
(''Um Convidado Bem Trapalhão'' causou-me um severo trauma. Explico: Lia em todos os lugares elogios sobre esse filme. ''Um clássico'', ''um dos filmes mais engraçados já feitos'', entre outras coisas parecidas. Fui atrás do tal, assisti e achei horrível. Foram quase duas horas de filme e nenhuma risada sequer. Em uma palavra: xarope. E Peter Sellers tornou-se meu exemplo mor de pior ator. Por isso já comecei a assistir Being There com um pé atrás.)Conheci o filme lendo alguns artigos sobre a Sindrome de Asperger, onde vez ou outra era citado como um razoável exemplo para compreender alguns aspectos desse transtorno.
A história é singela: um jardineiro que morava com seu velho empregador e nunca sequer saiu de casa. Todo o contato que tem com o mundo é através da tv, que adora. Logo no início é notável uma caracteristica interessante: ele não consegue se concentrar em nada. Muda o canal de segundos em segundos. Apesar de aparentar ter mais de 50 anos, seu comportamento é como o de uma criança de 5. Não consegue processar as emoções de um modo normal, não sabe ler e as únicas pessoas que conhece são o empregador, a quem chama de ''o velho'' e a outra empregada da casa. Após a morte do ''velho'', ele é posto na rua por advogados, sem rumo, sem um lar.

Devido à uma série de acontecimentos acaba sendo acolhido por uma família de milionários, torna-se político, chega até a conhecer o Presidente dos EUA e aparece na tv em um programa de grande audiência. O engraçado do filme é que ninguém reconhece o disturbio do personagem. Ao contrário, todos gostam muito dele por sua pureza, sutileza e inocência. E o fim do filme... surreal e de um significado simbólico incrível.
Pra quem gosta de comparações, a melhor seria com Forrest Gump.
É uma película leve, com uma narrativa bem cadênciada, como o raciocínio do protagonista. É engraçado, mas pra mim não se enquadra em uma comédia. Se enquadra naquela categoria pessoal que possuo, de filmes mágicos e belos. Simples assim.

Um comentário:

Henrique Hemidio disse...

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