sábado, 14 de maio de 2011

14 de Maio de 2011.

Introdução
Acho deveras interessante fazer anotações pessoais por aqui. Depois de alguns anos, quero poder ler e pensar em como minha vida melhorou muito ou em como ficou ainda pior do que eu imaginei que seria possível. A quem ler, aviso: emotional trash ahead...

I
Carinho. Tenho sentido falta disso. Detesto pessoas grudentas, que conversam com voz de bebê ou tratam o outro (a) de "bem", "môr" ou coisa equivalente.Não é disso que sinto falta. Mas, se tem um troço que puxei de minha mãe, foi no sentimentalismo. Acho a coisa mais bonita quando as pessoas falam o que sentem. Quando não escondem os sentimentos.

II
Mas há quem pense ser desnecessário falar sobre isso, se expor.Pense que é bobeira, idiotice, chatisse mesmo. Pessoas que se dizem "realistas" e poraí vai. Há uns cinco ou seis anos, lembro que conversava com uma amiga sobre como eramos diferentes e sobre a expectativa negativa, o medo de um dia termos uma vida daquelas tipo "pai e mãe". Uma vida extremamente banal. Entediante. Sem carinho. Sem afeto. Sem atenção. Embasada naquele conformismo, naquela acomodação ruim de não ligar mais um para o outro. Se você acha que naquela época éramos pessimistas por pensar nessa possibilidade, engano seu. Éramos sonhadores por pelo menos cogitar que a vida não seria assim.

III
A última vez que senti as coisas que estou sentindo agora foi há uns 4 anos.Por aí. Parece uma porra duma doença: acordo desanimado, com um nó na garganta e o peito apertado e assim passo os dias. Sorrio para as pessoas, tento conversar."Estou bem; é só o cansaço". Em casa, não consigo mais ler nem ver filmes nem fazer nada direito. Parece que nada me importa mais. Tenho tido problemas para dormir. Semana passada fiquei dois dias acordados. Aquelas músicas tristes que eu ouvia e que me deixavam mal mas não mais, voltaram a me deixar muito mal. Quero conversar com alguém, desabafar.Mas não quero contato com ninguém. Sim,sei,paradoxal. O que eu quero, na verdade, no fundo, é pura e simplesmente a minha porra de paz de espírito de volta.