sexta-feira, 7 de outubro de 2022

07/10/2022

Sexta-feira. No escritório. Chove. Ouvindo Mojave 3 (In Love With a View). Normalmente, isso seria um momento de tranquilidade e conforto. Mas não é. Não hoje.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Sobre Led Zeppelin, bolinhos de chuva e a semana que se inicia

 Acordei cedo. Quase duas horas mais cedo do que o normal. Separei a ração dos gatos, troquei a água e limpei as bandejas. Dobrei algumas roupas que estavam jogadas e organizei o quarto. Saí sem pressa para o trabalho.

No escritório, enchi um copo da starbucks até a metade com café coado, peguei alguns bolinhos de chuva e fui para a minha mesa começar o dia. O spotify, no modo aleatório, tocou Going to California. Senti uma felicidade imensa. Sem motivo algum. Algumas músicas do Led Zeppelin me dão uma nostalgia boa, sabe? Lembro dos meus 13 anos, quando comecei a descobrir o rock'n roll. 

Enfim, foi bom começar a semana assim. Com leveza e um pouquinho de alegria boba e sem motivo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Sobre um reencontro especial

Há duas semanas tive um reencontro muito especial e significativo em minha vida, algo que me deixou genuinamente feliz e me deu até certa energia. Foi em uma manhã de sábado e de maneira um tanto aleatória. Este reencontro foi com o Cinema. Voltei a ver filmes clássicos e me distanciei da enxurrada de merda dos streamings da vida. Como é bom rever Godard, Antonioni, Kurosawa, Bergman, OZU e todos os demais. Vou ficar nisso agora. Cinema = vida!

28/09/2022



 Saí do escritório e rumei para uma cafeteria. Bebi um expresso - horrível. Depois, pedi uma caneca de 700 ml de chope. O local lotou repentinamente, então coloquei meus fones intra-auriculares para abafar o ruído (amo o ruído natural de cafeterias: as pessoas conversando, talheres e pratos, máquinas de café soprando seu vapor, mas eu precisava de um pouco de foco). Peguei meu Kindle e abstraí totalmente na leitura. Estou lendo Homens Sem Mulheres, livro de contos do Murakami. Desde o primeiro conto, faço o seguinte: vou a uma cafeteria da cidade, sento e leio um conto inteiro lá. Já estou quase no fim do livro. O conto da vez foi Scheherazade.  

 Após ler metade e terminar o chope, pedi outro. Já estava levemente embriagado - não havia comido nada o dia todo. Na cafeteria, notei algo: o branding da marca é pautado em em encontros, relações, amizades etc. Em minha frente, uma letreiro em neon: "A vida é feita de encontros". E eu ali, sozinho. Meio patético, talvez. Ri disso internamente e segui com a leitura. Terminei o segundo chope e o conto - era sobre uma enfermeira cuidadora que faz sexo casual com um paciente deprimido - e sempre, depois do ato, ela conta alguma história. Daí o título.

 Saí da cafeteira e fui até uma cervejaria próxima. Lá, bebi mais dois pints, enquanto via um jogo do Flamengo - eu, que nem gosto de futebol. Algumas horas depois, em casa - a casa vazia, silenciosa - fiz algo para comer, tomei um banho e me deitei. Então senti algo estranho: certa embriaguez misturada com solidão misturada com apreensão e com uma boa dose de letargia. Continuei a ouvir as minhas músicas, olhando para o  teto até o sono chegar. Acordei com vontade de beber mais. Talvez hoje eu leia outro conto.

sábado, 24 de setembro de 2022

 Em toda a minha vida sinto que raramente fiz o que tive vontade. Vivi uma fidelidade cega, com um intenso trabalho pautado em agradar o outro. Sacrifiquei relacionamentos, viagens, vontades em geral e desejos que poderiam ter sido conquistados.

Tenho tentado mudar isso. Ir com a maré, sabe? Ceder a desejos e vontades. Seja comer algo específico, ir a algum lugar determinado ou qualquer coisa. A liberdade é assustadora - mas é grandiosa.

Daydream

 Sábado. 23:34h. Passei o dia criando situações que provavelmente nunca acontecerão em minha cabeça. Fazia muito isso quando era mais novo. Depois, parei. Não sei por quê. É um exercício prazeroso, que traz certo conforto. Minha imaginação flui e me sinto bem em  pensar coisas boas. Conversas inteiras, situações e tudo o mais. Há um termo em inglês para esta atividade que gosto muito: daydream. Eu sonho acordado.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Tarde cinza e fria. O ar está elétrico e isso causa uma sensação meio sufocante de que algo está prestes a acontecer. Fico um pouco ansioso quando o tempo está assim, mas também fico meio maravilhado. É como uma prévia do fim do mundo, ou algo do tipo. A calma antes da tempestade é o momento climático que mais adoro.

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Aqui dentro há também uma tempestade pronta para acontecer. De afeto. De excesso de sentimento. De desejo e vontade. E quando vier, será bela e forte, transbordará e causará enchentes. Pois a calma que a precede é longa e lenta.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Sexta - Feira, 09 de Agosto de 2022

 Dormi cedo na noite anterior. Acordei no meio da madrugada, vi um documentário sobre a segunda guerra mundial e voltei a dormir. Minha gata me acordou às 06:00h, uma hora e meia antes do alarme tocar. No trabalho, a manhã passou rápido. Almocei em um restaurante do centro da cidade e depois tomei 2 chopes em uma Cafeteria. Sem pressa. Neste momento faltam apenas duas horas para terminar o expediente do dia. Depois, casa, um banho demorado, ler um pouco, ver algum filme e dormir.

Amanhã tem show do 14 Bis em uma cidade vizinha, mas não estou animado em ir sozinho. Portanto, será mais um fim de semana que passarei quieto em meu quarto. Não que eu me orgulhe ou prefira isso, mas é o que vai ser.

Sei lá, tenho sentido muita vontade de conhecer gente nova, ou mesmo aprofundar algumas relações que já tenho. Vontade de me relacionar intimamente com alguém também. Mas ando tão cansado e desanimado com tudo e todos que nem tento nada com ninguém.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Sobre conversas aleatórias em mesas de bar e um vira-latas caramelo

 

Vou vez e outra em um bar simples aqui da cidade. A estratégia é: passo em frente. Se estiver totalmente vazio, entro. Detesto dividir minha solidão com algum conhecido qualquer que possa estar no local. Até porque, na imensa maioria das vezes, ninguém tem nada a acrescentar. O dono é um colega. A música é sempre de qualidade - e posso pedir o que quiser também. Assim que cheguei, conversei com ele sobre a paciência necessária que ele deve ter, como dono de bar, para aguentar homens solitários com longas e enfadonhas e desgastantes conversas sobre seus problemas e vida pessoal. Ele concordou, disse que já teve que colocar homem para fora do bar por isso. Começam a "chorar" e nunca querem ir embora. Nisso, chegou um conhecido sozinho e entrou na conversa. Pensei que seria mais um desses casos. Mas não poderia ser mais diferente. 

Durante algumas horas falamos sobre música clássica, jazz, Nietzsche, vegetarianismo e religião. Durante todo esse tempo, um vira-latas caramelo se deitou aos meus pés. Eu o afagava vez ou outra, enquanto conversava. Bebi 3 cervejas, fumei um charuto e fui embora. Foi uma noite leve e tranquila. 

Durante a noite, sonhei que dezenas de vira-latas caramelo me seguiam fielmente pelas ruas da cidade. Vai entender...

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 A vida é estranha. Cheia de altos e baixos, momentos bons e ruins. Felicidade, tristeza, solidão e companhia. Tudo junto ao mesmo tempo agora. É o que temos. Vivemos em um pálido ponto azul, em uma galáxia entre bilhões de galáxias, e ainda assim nos preocupamos com os boletos a vencer, com o futuro e tudo o mais. Somos patéticos, baseamos nossa existência em crenças e nunca encaramos o absurdo que é estar aqui, estar vivo.

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Masque um chiclete. Tente não ser preso. Aja por impulso, siga seus desejos (ou pelo menos alguns deles), viva um pouco sem pensar nas consequências de tudo o que faz, sem pensar nos outros, sem amarras. 

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Hedonismo como um modo de vida. É o que tenho feito, é como tenho vivido há anos. E não me arrependo. Busco o prazer, seja este prazer me embebedar tremendamente ou passar um dia e uma noite na cama sem fazer nada. Sigo apenas minha verdadeira Vontade e vez ou outra cedo aos meus desejos. É o que funciona para mim.

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E o mais importante: Seja corajoso e gentil.

terça-feira, 19 de julho de 2022

 Logo eu, que nunca fui indiferente, passei a viver na indiferença.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

 Depois de adulto, a gente não fala mais de solidão. Não usa redes sociais para desabafar e sequer conversa com amigos sobre isso. A vida segue. Mas ela está lá, bem dentro de cada um. E é brutal. Quanto mais velho fico, mais sozinho eu me sinto.

Ontem eu cheguei em casa do trabalho, cansado e um pouco triste. Deitei antes das 18h e dormi até quase 21:00. Acordei, tomei um banho e saí para comer algo. Depois, fui ao cinema. E, no fim da noite, passei em um bar para beber algumas cervejas. Sozinho, sem falar com ninguém, apenas observando tudo e todos. Vivo assim por toda a minha vida, mas alguns dias são mais pesados do que outros. E o peso é cada vez maior.

 Neste fim de semana, para aliviar essa sensação sufocante e um pouco desesperadora de ser só no mundo, vou fazer o que sempre faço nessas ocasiões: dar um breve mergulho em minha zona de conforto. Rever filmes favoritos e ouvir velhas canções. Se me cansar disso, posso sempre dar uma volta de moto por aí, passar a manhã de sábado em algum café e a noite em algum restaurante. Sobreviverei.


quinta-feira, 14 de abril de 2022

You say life is a dream where we can't say what we mean
Maybe just some roadside scene that we're driving past
There's no telling where we'll be in a day or in a week
And there's no promises of peace or of happiness
Well is this why you cling to every little thing
And pulverize and derange all your senses
Maybe life is a song but you're scared to song along
Until the very ending
 
Oh, it's time to let go of everything we used to know
Ideas that strengthen who we've been
It's time to cut ties that won't ever free our minds
From the chains and shackles that they're in
 
Oh, tell me what good is saying that you're free
In a dark and storming sea
You're chained to your history, you're surely sinking fast
You say that you know that the good Lord's in control
He's gonna bless and keep your tired and oh so restless soul
But at the end of the day when every price has been paid
You're gonna rise and sit beside him on some old seat of gold
And won't you tell me why you live like you're afraid to die
You'll die like you're afraid to go
 
Oh, it's time to let go of everything we used to know
Ideas that strengthen who we've been
It's time to cut ties that won't ever free our minds
From chains and shackles that they're in
From the chains and shackles that they're in
 
Well life is a dream 'cause we're all walking in our sleep
You could see us stand in lines like we're dead upon our feet
And we build our house of cards and then we wait for it to fall
Always forget how strange it is just to be alive at all


segunda-feira, 14 de março de 2022

Sobre anotações em meu diário

 Neste tempinho longe daqui escrevi dezenas de páginas eu meu diário. Coisas pessoais demais e apontamentos frívolos demais, que escrevi somente para marcar um ponto na história, para que possa ler daqui muitos anos e, talvez, me lembrar de determinados momentos em minha vida. Continuarei escrevendo por lá. Deixarei este blog aberto para que eu possa exercitar a minha escrita. Se você, estranho que me lê, passar por aqui, deixe um comentário.

Sobre reler LOTR

Estou lendo Senhor dos Anéis pela segunda vez. E já li O Hobbit quatro vezes. Que viagem tem sido a leitura! A última vez que abri o livro foi há mais de 15 anos. Hoje, com outra cabeça, é como se eu tivesse tendo contato com a obra pela primeira vez. A obra é muito mais que uma simples alegoria sobre o cristianismo (Tolkien nega isso na introdução) ou uma ficção de alta fantasia. Senhor dos Anéis é sobre compromisso, coragem, parceria, perdão, amor e, sobretudo, sobre amizade.

As adversidades dos personagens nunca se tornam uma barreira intransponível. Um anão (Gimli) se torna o melhor amigo de um elfo (Legolas) - lembrando que as duas raças não têm relações amistosas. Arwen e Aragorn fazem sacrifícios pessoais, passam por provações e desaprovações até que possam ficar juntos. Sam e Frodo estão juntos até o fim, em uma amizade sincera, sem julgamentos ou falsidade. Gandalf se sacrifica para manter os outros em segurança. Merry e Pippin têm coragem em momentos em que a maioria teria apenas medo. Até Boromir, ao final de sua vida, vê seu erro e morre com dignidade, defendendo os amigos.
 
Tolkien era uma alma antiga. Amava a natureza e estudava cosmologia/mitologia de culturas europeias. Foi casado com a mesma mulher por toda a vida e  teve um seleto e duradouro grupo de amigos. Acreditava em coisas ultrapassadas e antiquadas, como honra, compromisso e sacrifício. Conceitos enterrados no mundo atual. Reler LOTR me fez muito bem. Voltar à Terra-Média me deu um fôlego extra, uma leveza, sabe? Dessas obras que fazem com que a gente se sinta feliz por estarmos vivos só para que possamos apreciá-las.