Vou vez e outra em um bar simples aqui da cidade. A estratégia é: passo em frente. Se estiver totalmente vazio, entro. Detesto dividir minha solidão com algum conhecido qualquer que possa estar no local. Até porque, na imensa maioria das vezes, ninguém tem nada a acrescentar. O dono é um colega. A música é sempre de qualidade - e posso pedir o que quiser também. Assim que cheguei, conversei com ele sobre a paciência necessária que ele deve ter, como dono de bar, para aguentar homens solitários com longas e enfadonhas e desgastantes conversas sobre seus problemas e vida pessoal. Ele concordou, disse que já teve que colocar homem para fora do bar por isso. Começam a "chorar" e nunca querem ir embora. Nisso, chegou um conhecido sozinho e entrou na conversa. Pensei que seria mais um desses casos. Mas não poderia ser mais diferente.
Durante algumas horas falamos sobre música clássica, jazz, Nietzsche, vegetarianismo e religião. Durante todo esse tempo, um vira-latas caramelo se deitou aos meus pés. Eu o afagava vez ou outra, enquanto conversava. Bebi 3 cervejas, fumei um charuto e fui embora. Foi uma noite leve e tranquila.
Durante a noite, sonhei que dezenas de vira-latas caramelo me seguiam fielmente pelas ruas da cidade. Vai entender...
Nenhum comentário:
Postar um comentário