domingo, 8 de março de 2009

Penso se devo falar sobre mim nesse blog novamente, falar do que sinto, como sou. Me expor completamente, muitas vezes, ao ridículo, ao patético. Vou pensar mais um pouco antes de escrever algo assim...

Enquanto isso, dormirei hoje ouvindo o novo álbum do The Boy Least Likely. Som fofo, inocente, alegre. E acordarei bem cedo para trabalhar. A brisa da manhã, o cheiro, o sol suave, me fazem tão bem...enquanto vou para o trabalho, sinto-me leve. Todas minhas dúvidas, questões, probleminhas somem e fico feliz. Toda manhã é assim.Ah, estou realmente com sono, melhor parar de divagar. Parei.

O estranho caso do garoto sozinho no cinema.

Fui ver O Estranho caso de Benjamin Button. O Filme acabou era quase meia noite desse domingo, o banheiro do cinema estava fechado, vim a pé pra casa e minha bexiga quase explodiu no caminho.
Ah, como é gostoso ir sozinho ao cinema, sentar, parafraseando Godard, em algum lugar no meio, entre a primeira e a quarta fileira, e se entegar ao filme.
Assitir a filmes feitos em película é bom demais, nostálgico, ahhh,adoro!

Bem, estou com sono, então serei direto quanto ao filme em questão: nem o fato de ser vagamente baseado em um conto de F. Scott Fitzgerald e nem o fato de a adaptação ter sido feita pelo mesmo cara que fez a de Forrest Gump, salvam o filme. É um drama que não emociona, é previsível, não nos dá nenhuma atração susrpresa, nenhum momento sublime. É bem ''tela-quente'' esse filme. Lá se foram 8,00. Não arrependo porque ir ao cinema sozinho é sempre uma experiência interessante, mesmo quando o filme é...ruim.

sábado, 7 de março de 2009

Vou sempre que posso à fazenda de um amigo, que fica há uns 15 minutos de onde moro, bem no alto de uma serra. Grama verdinha, árvores com bastante sombra, longe de tudo e todos. Da penultima vez que estive lá, vi uma cabra tendo filhotes.Fiquei um tempão assistindo a cena. Hoje fui até lá de novo. O tempo estava nublado. Dei umas voltas, olhei os animais. Dei espigas de milho na boca de uma vaca. As vacas tem o olhar mais triste do mundo. Um misto de incocência e medo. Como se já soubessem o seu futuro: a morte. Eu amo esses animais. Vocês os comem.
Quanto mais o homem simplifica a sua alimentação e se afasta do regime carnívoro, mais sábia é a sua mente.
(George Bernard Shaw)

É somente pelo amaciamento e disfarce da carne morta através do preparo culinário, que ela é tornada suscetível de mastigação ou digestão e que a visão de seus sucos sangrentos e horror puro não criam um desgosto e abominação intoleráveis."- Percy Bysshe Shelley

"No momento, nosso mundo de humanos é baseado no sofrimento e na destruição de milhões de não-humanos. Aperceber-se disso e fazer algo para mudar essa situação por meios pessoais e públicos, requer uma mudança de percepção, equivalente a uma conversão religiosa. Nada poderá jamais ser visto da mesma maneira, pois uma vez reconhecido o terror e a dor de outras espécies, você irá, a menos que resista à conversão, ter consciência das permutações de sofrimento interminável, em que se apóia a nossa sociedade." --Arthur Conan Doyle

Eu não como carne porque vi carneiros e porcos sendo mortos. Eu vi e senti a dor desses animais. Eles sentem a aproximação da morte. Eu não pude suportar a cena. Chorei como uma criança. Corri para o topo da colina e mal conseguia respirar...senti-me sufocado...senti a morte do carneiro." - Vaslav Nijinsky

"A compaixão pelos animais está íntimamente ligada a bondade de carácter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem." - Arthur Schopenhauer

Por que é que o sofrimento dos animais me comove tanto? Porque fazem parte da mesma comunidade a que pertenço, da mesma forma que meus próprios semelhantes." - émile Zola

quinta-feira, 5 de março de 2009

Muito Além do Jardim

Continuando a escrever à ninguém sobre os filmes que vi...

Nesse último fim de semana foram três: uma comédia ''pastelão'' que nem merece ser citada, ''The Quiet Family'', de Kim Ji-woon, muito bem feito e, claro, bem humorado, onde uma ação desencadeia várias outras e tudo acontece como uma bolinha de neve que vai aumentando seu tamanho ao descer uma ladeira. A história: uma família tem uma pousada no meio do nada, e cada visitante dessa pousada acaba, de um jeito ou de outro, morrendo. Lembrou- me demais um filme do Hitch que vi há anos, em VHS ainda: Trouble With Harry. Tem essa mesma mistura louca de comédia e suspense. Mas sem nada demais, apenas...legal.

E o último foi '' Being There'', filme de de 1979 que saiu no Brasil como ''Muito Além do Jardim'', com Peter Sellers como ator principal.
(''Um Convidado Bem Trapalhão'' causou-me um severo trauma. Explico: Lia em todos os lugares elogios sobre esse filme. ''Um clássico'', ''um dos filmes mais engraçados já feitos'', entre outras coisas parecidas. Fui atrás do tal, assisti e achei horrível. Foram quase duas horas de filme e nenhuma risada sequer. Em uma palavra: xarope. E Peter Sellers tornou-se meu exemplo mor de pior ator. Por isso já comecei a assistir Being There com um pé atrás.)Conheci o filme lendo alguns artigos sobre a Sindrome de Asperger, onde vez ou outra era citado como um razoável exemplo para compreender alguns aspectos desse transtorno.
A história é singela: um jardineiro que morava com seu velho empregador e nunca sequer saiu de casa. Todo o contato que tem com o mundo é através da tv, que adora. Logo no início é notável uma caracteristica interessante: ele não consegue se concentrar em nada. Muda o canal de segundos em segundos. Apesar de aparentar ter mais de 50 anos, seu comportamento é como o de uma criança de 5. Não consegue processar as emoções de um modo normal, não sabe ler e as únicas pessoas que conhece são o empregador, a quem chama de ''o velho'' e a outra empregada da casa. Após a morte do ''velho'', ele é posto na rua por advogados, sem rumo, sem um lar.

Devido à uma série de acontecimentos acaba sendo acolhido por uma família de milionários, torna-se político, chega até a conhecer o Presidente dos EUA e aparece na tv em um programa de grande audiência. O engraçado do filme é que ninguém reconhece o disturbio do personagem. Ao contrário, todos gostam muito dele por sua pureza, sutileza e inocência. E o fim do filme... surreal e de um significado simbólico incrível.
Pra quem gosta de comparações, a melhor seria com Forrest Gump.
É uma película leve, com uma narrativa bem cadênciada, como o raciocínio do protagonista. É engraçado, mas pra mim não se enquadra em uma comédia. Se enquadra naquela categoria pessoal que possuo, de filmes mágicos e belos. Simples assim.

terça-feira, 3 de março de 2009

Pensamentos Avulsos


Nada de pensamentos complicados, filosóficos, existenciais.
Apenas ouço Beck, às 8 da manhã.

O sol está bonito hoje, parece até aquele sol de inverno que tanto gosto.
Tenho saudade do frio.
Respiro fundo.
Sinto-me bem, confortável.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Lá Nausée


A negra canta. Pode-se então justificar a nossa existência? Um pouquinho, muito pouco? Sinto-me extraordinariamente intimidado. Não é que tenha muita esperança. Sou como uma pessoa completamente gelada, depois duma longa viagem na neve, que entrasse de chofre num quarto aquecido. Essa pessoa ficaria imóvel ao pé da porta, ainda fria, e lentos arrepios lhe percorreriam todo o corpo. Não poderia eu tentar...É claro que não se trataria de compor uma música... mas não poderia um gênero diferente?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


É uma droga ser patético. Ruim mesmo. Magoar-se fácil, por exemplo. Não queria ser assim...basta certa palavra, gesto ou ação de alguém para que eu me chateie,fique pra baixo, distante, e mostre claramente isso. Mas aprendi a não ser tão patético. Quando isso acontece agora eu me torno irônico e sarcástico. É o único jeito que achei de melhorar isso, pelo menos externamente. Por dentro, eu continuo com aquela cara de garotinho que não foi chamado pra brincar e ficou alí sozinho, no canto, excluído.Patético.

''e o que é a realidade senão um montão de fantasias?
e me disseram : veja a realidade, largue a fantasia, o colorido louco, essa volta ao primitivo que se encosta ao infantil, e eu respondi:
eu não posso, eu sou tudo isto. e vocês não acreditam que eu choro?
maldito e querido romantismo! romantismo louco porque está vivendo numa época louca! romantismo desesperado mas romantismo!
que fazer?
eu te amo.''

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Uncle Vernon, Uncle Vernon!

Esses dias estou meio Tom waits, em todos os sentidos. Então, por favor, não levem nada a sério.

Oh, how we danced and we swallowed the night
For it was all ripe for dreaming
Oh, how we danced away all of the lights
We've always been out of our minds

''Morreu com uma porrada na cabeça''.

Em frente o prédio onde trabalho há um edifício antigo. Em torno dele, várias barras de concreto de mais ou menos 2 metros ficam suspensas na diagonal. Creio que o ''gênio'' do arquiteto fez isso para dar um estilo ao troço. Mas acontece que agora, uns 70 anos após terem sido construidas, essas barras estão se soltando e se espatifando no passeio da rua mais movimentada da cidade. A defesa civil isolou a área, cercou e colocou placas iguaizinhas a essa aí em cima. Disseram-me que semana passada uma dessas barras de concreto quase matou uma pessoa, ao se soltar e cair. Foi por pouco.
E eu sou obrigado a passar perto desse prédio todo dia, toda hora. Não sei por que mas, toda vez qua ando por perto, fico imaginando uma barra se despregando de lá de cima e caindo silenciosamente bem em cima da minha cabeça. Pá! E nas manchetes: ''Morreu com uma porrada na cabeça''.