Continuando a escrever à ninguém sobre os filmes que vi...
Nesse último fim de semana foram três: uma comédia ''pastelão'' que nem merece ser citada, ''The Quiet Family'', de Kim Ji-woon, muito bem feito e, claro, bem humorado, onde uma ação desencadeia várias outras e tudo acontece como uma bolinha de neve que vai aumentando seu tamanho ao descer uma ladeira. A história: uma família tem uma pousada no meio do nada, e cada visitante dessa pousada acaba, de um jeito ou de outro, morrendo. Lembrou- me demais um filme do Hitch que vi há anos, em VHS ainda: Trouble With Harry. Tem essa mesma mistura louca de comédia e suspense. Mas sem nada demais, apenas...legal.
E o último foi '' Being There'', filme de de 1979 que saiu no Brasil como ''Muito Além do Jardim'', com Peter Sellers como ator principal.
(''Um Convidado Bem Trapalhão'' causou-me um severo trauma. Explico: Lia em todos os lugares elogios sobre esse filme. ''Um clássico'', ''um dos filmes mais engraçados já feitos'', entre outras coisas parecidas. Fui atrás do tal, assisti e achei horrível. Foram quase duas horas de filme e nenhuma risada sequer. Em uma palavra: xarope. E Peter Sellers tornou-se meu exemplo mor de pior ator. Por isso já comecei a assistir Being There com um pé atrás.)Conheci o filme lendo alguns artigos sobre a Sindrome de Asperger, onde vez ou outra era citado como um razoável exemplo para compreender alguns aspectos desse transtorno.
A história é singela: um jardineiro que morava com seu velho empregador e nunca sequer saiu de casa. Todo o contato que tem com o mundo é através da tv, que adora. Logo no início é notável uma caracteristica interessante: ele não consegue se concentrar em nada. Muda o canal de segundos em segundos. Apesar de aparentar ter mais de 50 anos, seu comportamento é como o de uma criança de 5. Não consegue processar as emoções de um modo normal, não sabe ler e as únicas pessoas que conhece são o empregador, a quem chama de ''o velho'' e a outra empregada da casa. Após a morte do ''velho'', ele é posto na rua por advogados, sem rumo, sem um lar.
Devido à uma série de acontecimentos acaba sendo acolhido por uma família de milionários, torna-se político, chega até a conhecer o Presidente dos EUA e aparece na tv em um programa de grande audiência. O engraçado do filme é que ninguém reconhece o disturbio do personagem. Ao contrário, todos gostam muito dele por sua pureza, sutileza e inocência. E o fim do filme... surreal e de um significado simbólico incrível.
Pra quem gosta de comparações, a melhor seria com Forrest Gump.
É uma película leve, com uma narrativa bem cadênciada, como o raciocínio do protagonista. É engraçado, mas pra mim não se enquadra em uma comédia. Se enquadra naquela categoria pessoal que possuo, de filmes mágicos e belos. Simples assim.
quinta-feira, 5 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
Pensamentos Avulsos
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Lá Nausée
A negra canta. Pode-se então justificar a nossa existência? Um pouquinho, muito pouco? Sinto-me extraordinariamente intimidado. Não é que tenha muita esperança. Sou como uma pessoa completamente gelada, depois duma longa viagem na neve, que entrasse de chofre num quarto aquecido. Essa pessoa ficaria imóvel ao pé da porta, ainda fria, e lentos arrepios lhe percorreriam todo o corpo. Não poderia eu tentar...É claro que não se trataria de compor uma música... mas não poderia um gênero diferente?
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
É uma droga ser patético. Ruim mesmo. Magoar-se fácil, por exemplo. Não queria ser assim...basta certa palavra, gesto ou ação de alguém para que eu me chateie,fique pra baixo, distante, e mostre claramente isso. Mas aprendi a não ser tão patético. Quando isso acontece agora eu me torno irônico e sarcástico. É o único jeito que achei de melhorar isso, pelo menos externamente. Por dentro, eu continuo com aquela cara de garotinho que não foi chamado pra brincar e ficou alí sozinho, no canto, excluído.Patético.
''e o que é a realidade senão um montão de fantasias?
e me disseram : veja a realidade, largue a fantasia, o colorido louco, essa volta ao primitivo que se encosta ao infantil, e eu respondi:
eu não posso, eu sou tudo isto. e vocês não acreditam que eu choro?
maldito e querido romantismo! romantismo louco porque está vivendo numa época louca! romantismo desesperado mas romantismo!
que fazer?
eu te amo.''
e me disseram : veja a realidade, largue a fantasia, o colorido louco, essa volta ao primitivo que se encosta ao infantil, e eu respondi:
eu não posso, eu sou tudo isto. e vocês não acreditam que eu choro?
maldito e querido romantismo! romantismo louco porque está vivendo numa época louca! romantismo desesperado mas romantismo!
que fazer?
eu te amo.''
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Uncle Vernon, Uncle Vernon!
Esses dias estou meio Tom waits, em todos os sentidos. Então, por favor, não levem nada a sério.
''Morreu com uma porrada na cabeça''.
Em frente o prédio onde trabalho há um edifício antigo. Em torno dele, várias barras de concreto de mais ou menos 2 metros ficam suspensas na diagonal. Creio que o ''gênio'' do arquiteto fez isso para dar um estilo ao troço. Mas acontece que agora, uns 70 anos após terem sido construidas, essas barras estão se soltando e se espatifando no passeio da rua mais movimentada da cidade. A defesa civil isolou a área, cercou e colocou placas iguaizinhas a essa aí em cima. Disseram-me que semana passada uma dessas barras de concreto quase matou uma pessoa, ao se soltar e cair. Foi por pouco.
E eu sou obrigado a passar perto desse prédio todo dia, toda hora. Não sei por que mas, toda vez qua ando por perto, fico imaginando uma barra se despregando de lá de cima e caindo silenciosamente bem em cima da minha cabeça. Pá! E nas manchetes: ''Morreu com uma porrada na cabeça''.
E eu sou obrigado a passar perto desse prédio todo dia, toda hora. Não sei por que mas, toda vez qua ando por perto, fico imaginando uma barra se despregando de lá de cima e caindo silenciosamente bem em cima da minha cabeça. Pá! E nas manchetes: ''Morreu com uma porrada na cabeça''.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
''Nuit Et Brouillard'' e ''Cria Cuervos''
Nesse último domingo choveu o tempo todo. Eu que já não saio quase nunca, fiquei em casa assistindo filmes. Foram três: Short Cuts, que já falei aqui, Noite e Neblina, curta de Alain Resnais sobre os campos de concentração, ótimo, onde já é notavel todo o lirismo típico do autor, e suas tomadas demoradas, mostrando os campos nos tempos de hoje, desertos, em longos travellings. Todas as características tão peculiares desse cineasta expodiram e atingiram a perfeição em Hiroshima Mon'Amour.
E vi também Cria Cuervos, filme espanhol da década de 70, escrito e dirigido por Carlos Saura. Conta a história de três irmãs que, pouco tempo após perderem a mãe, perdem o pai e ficam aos cuidados da empregada e da tia. A história é focada em Ana, a que tinha maior ligação com a mãe (Geraldine Chaplin - sempre a achei bonita!). Mesmo depois de morta, a menina ainda a vê pela casa, através de recordações. Conversa com ela, relembra de cenas inteiras que aconteceram e ficaram marcadas, tiveram importância. Ela vê também, sem compreender muito bem, devido á sua inocência, cenas de traição, brigas. O que mais me chamou a atenção é o olhar sempre triste dessa garotinha, sempre distante.
É um filme sobre a doçura inocente e mágica das crianças, e sobre quando começamos a perder essa inocência. É um lindo filme, impossível não se sentir leve após assisti-lo. Leve e nostálgico. Eu sou desse grupo de pessoas que acha que a melhor época da vida é a infãncia. Pois é...saudade.
Essa parte resume bem todo o clima do filme. Quando a tia das garotas sai de casa por algumas horas, elas ficam brincando e, em certa hora, colocam uma música numa vitrola e dançam. É algo simples, porém me passa uma sensação tão boa! Vejo sempre esse video com um sorriso sincero no rosto.
E vi também Cria Cuervos, filme espanhol da década de 70, escrito e dirigido por Carlos Saura. Conta a história de três irmãs que, pouco tempo após perderem a mãe, perdem o pai e ficam aos cuidados da empregada e da tia. A história é focada em Ana, a que tinha maior ligação com a mãe (Geraldine Chaplin - sempre a achei bonita!). Mesmo depois de morta, a menina ainda a vê pela casa, através de recordações. Conversa com ela, relembra de cenas inteiras que aconteceram e ficaram marcadas, tiveram importância. Ela vê também, sem compreender muito bem, devido á sua inocência, cenas de traição, brigas. O que mais me chamou a atenção é o olhar sempre triste dessa garotinha, sempre distante.
É um filme sobre a doçura inocente e mágica das crianças, e sobre quando começamos a perder essa inocência. É um lindo filme, impossível não se sentir leve após assisti-lo. Leve e nostálgico. Eu sou desse grupo de pessoas que acha que a melhor época da vida é a infãncia. Pois é...saudade.
Essa parte resume bem todo o clima do filme. Quando a tia das garotas sai de casa por algumas horas, elas ficam brincando e, em certa hora, colocam uma música numa vitrola e dançam. É algo simples, porém me passa uma sensação tão boa! Vejo sempre esse video com um sorriso sincero no rosto.
Short Cuts
Descobri que gosto de escrever mesmo é no período da manhã, mais ou menos uma hora e meia depois de acordar.
Ontem assisti Short Cuts, de Robert Altman. Mais de 3 horas de filme quebra-cabeça, com um elenco perfeito (Tom Waits, Julianne Moore, Jack Lemmon, Robert Downey Jr.). As cenas são recortes, várias situações sem ligação ou conteúdo significativo aparente mas que, a partir da hora qeu vão se somando, transformam a trama em algo genial. E preciso dizer: a montagem é algo absurdo de tão perfeita, inteligente. E somente alguém como Altman pra levar à grande tela os escritos de Raymond Carver. Lí Short Cuts há uns 5 anos e fiquei impressionado, e desde então tenho procurado pelo filme. Só consegui assiti-lo agora. Tanta procura, sem dúvida alguma, valeu a pena. Essa noite até sonhei com o filme.Suas cenas ficaram se repetindo em minha cabeça, principalmente aquela famosa com a Julianne Moore (brincadeira!).
Não vou fazer nenhuma análise longa e chata aqui. Esse é um daqueles ''leia o livro e veja o filme'', não se arrependerá se fizer isso. Se alguém me perguntasse sobre o que é o filme, eu diria : é um filme sobre pessoas.
Ontem assisti Short Cuts, de Robert Altman. Mais de 3 horas de filme quebra-cabeça, com um elenco perfeito (Tom Waits, Julianne Moore, Jack Lemmon, Robert Downey Jr.). As cenas são recortes, várias situações sem ligação ou conteúdo significativo aparente mas que, a partir da hora qeu vão se somando, transformam a trama em algo genial. E preciso dizer: a montagem é algo absurdo de tão perfeita, inteligente. E somente alguém como Altman pra levar à grande tela os escritos de Raymond Carver. Lí Short Cuts há uns 5 anos e fiquei impressionado, e desde então tenho procurado pelo filme. Só consegui assiti-lo agora. Tanta procura, sem dúvida alguma, valeu a pena. Essa noite até sonhei com o filme.Suas cenas ficaram se repetindo em minha cabeça, principalmente aquela famosa com a Julianne Moore (brincadeira!).
Não vou fazer nenhuma análise longa e chata aqui. Esse é um daqueles ''leia o livro e veja o filme'', não se arrependerá se fizer isso. Se alguém me perguntasse sobre o que é o filme, eu diria : é um filme sobre pessoas.
sábado, 24 de janeiro de 2009
O Homem Elefante veio aqui em casa e fomos andar pela cidade. Depois de conversar com umas pessoas pelo caminho, resolvemos comer spaghetti numa casa especializada em massas. No meio do trajeto, uma tempestade caiu. Encontramos um lugar protegido pra ficar, liguei meu celular e botei uns folk songs e ficamos assim por mais ou menos uns 40 minutos, conversando, com a música e a chuva como companhia. Chegamos um tanto molhados na casa de massas. Não havia ninguém. Quando entramos e pedimos nosso prato, a mocinha do caixa fez uma cara azeda e resmungou algo. Com certeza ela queria ir embora, já estavam quase fechando, e nós aparecemos.Legal. Comi sem pressa, e não deixei um vestígio em meu prato, até porque pelo preço cobrado, era questão de honra comer tudo.Mui caro. Voltamos conversando.As ruas, molhadas e silenciosas. Cá estou agora, ouvindo Cocoanut Groove, com muito sono. Hoje foi uma noite simples, com conversa agradável, do jeito que eu gosto. E é isso. Queria escrever mais, mas o sono é maior.
Zzzz...
Zzzz...
Assinar:
Postagens (Atom)