Nesse último domingo choveu o tempo todo. Eu que já não saio quase nunca, fiquei em casa assistindo filmes. Foram três: Short Cuts, que já falei aqui, Noite e Neblina, curta de Alain Resnais sobre os campos de concentração, ótimo, onde já é notavel todo o lirismo típico do autor, e suas tomadas demoradas, mostrando os campos nos tempos de hoje, desertos, em longos travellings. Todas as características tão peculiares desse cineasta expodiram e atingiram a perfeição em Hiroshima Mon'Amour.
E vi também Cria Cuervos, filme espanhol da década de 70, escrito e dirigido por Carlos Saura. Conta a história de três irmãs que, pouco tempo após perderem a mãe, perdem o pai e ficam aos cuidados da empregada e da tia. A história é focada em Ana, a que tinha maior ligação com a mãe (Geraldine Chaplin - sempre a achei bonita!). Mesmo depois de morta, a menina ainda a vê pela casa, através de recordações. Conversa com ela, relembra de cenas inteiras que aconteceram e ficaram marcadas, tiveram importância. Ela vê também, sem compreender muito bem, devido á sua inocência, cenas de traição, brigas. O que mais me chamou a atenção é o olhar sempre triste dessa garotinha, sempre distante.
É um filme sobre a doçura inocente e mágica das crianças, e sobre quando começamos a perder essa inocência. É um lindo filme, impossível não se sentir leve após assisti-lo. Leve e nostálgico. Eu sou desse grupo de pessoas que acha que a melhor época da vida é a infãncia. Pois é...saudade.
Essa parte resume bem todo o clima do filme. Quando a tia das garotas sai de casa por algumas horas, elas ficam brincando e, em certa hora, colocam uma música numa vitrola e dançam. É algo simples, porém me passa uma sensação tão boa! Vejo sempre esse video com um sorriso sincero no rosto.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
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