domingo, 5 de abril de 2009

Catalepsia Projetiva


Acordo, abro os olhos. Ouço o som do ambiente, vejo tudo ao meu redor.Mas não consigo mover um músculo do meu corpo. Nem um movimento sequer. Fico cataléptico. Não sei dizer ao certo quanto tempo isso dura; deve ser apenas alguns segundos. Mas a sensação é horrível. Tento gritar, chamar alguém, mas não consigo. Quando tento me mover, em minha cabeça começa um zumbido forte e crescente, como de um gerador de energia prestes a explodir. Normalmente esse estado só passa depois que me acalmo, me acostumo. Tenho isso desde criança, mas não mentirei: ainda me causa um pouco de medo. Medo de não conseguir me mover nunca mais.

Muitas pessoas pensam nisso como alguma baboseira espiritual, viagem astral e blah blah blah. Mas não é nada disso. É algo conhecido como Catalepsia Projetiva. Quando sonhamos, para que nosso corpo não faça os movimentos que sonhamos estar fazendo, nosso cérebo corta certas ligações com o nosso corpo,causando o que é conhecido como a paralisia do sono. Isso é comum à todos. O que acontece na Catalepsia Projetiva, é isso: o cérebro ''acorda'' antes do esperado do sonho para a realidade, então, até que as ligações entre o cérebro e o corpo sejam reestabelecidas, acontece esse momento ''standby''. Eu eu adquiro consciência do meu sonho. Pode ser desesperador, fantasmagórico. Mas me acostumei a isso. E sonhar acordado pode ser deveras vantajoso também...

Juizo Final

O sol há de brilhar mais uma vez;
A luz há de chegar aos corações;
Do mal...será queimada a semente;
E o amor...será eterno novamente.

sábado, 4 de abril de 2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Indignação


http://album-base.blogspot.com/

Eis que entro mais uma vez nesse blog mexicano, um dos melhores blogs que eu acompanho, e me deparo com essa mensagem de que ele foi fechado pela justiça mexicana. Há uma temporada de caça às bruxas,devido à digitalização de músicas e a consequente perda crescente de lucros obtidos com vendas de cds pelas gravadoras Major . Então todos os blogs de download estão sendo apagados, como se isso fosse resolver o problema de download gratuito e ''ilegal'' na internet. No orkut, a comunidade Discografias, uma das maiores do site, também foi fechada pela justiça.

Felizmente alguns músicos são à favor de baixar músicas na internet: http://www.newstin.com.br/rel/br/pt-010-000887265

Acontece que músicos, bandas, ganham dinheiro fazendo shows, e não vendendo cds. E quem baixa cd na internet de forma ''ilegal'', é porque gosta do músico e com certeza irá em seus shows.
Então, qual o problema?
É a porra do capitalismo...

Ter ou não ter namorado?

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar. Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário. Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro. Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo. Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA!




Artur Da Távola


Texto enviado a mim pela minha...namorada ^^

sexta-feira, 27 de março de 2009

'' Para uma pessoa que não admite conceitos, tudo soa falso,prepotente e ameaçador, a não ser aquilo que faz parte de seus próprios preconceitos.''

domingo, 22 de março de 2009

O INSIGNIFICANTE

"O que há de mais atrativo que o azul, a não ser uma nuvem, na dócil claridade?
Por isso prefiro ao silêncio uma teoria qualquer e, mais ainda, a uma página branca um escrito quando passa por insignificante.
É todo meu exercício e meu suspiro higiênico."

Ponge.

quinta-feira, 19 de março de 2009

A flor e o espinho


Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha mágoa
É minha dor e os meus olhos rasos d'água
Eu na tua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor
...

quarta-feira, 18 de março de 2009


What sphinx of cement and aluminum bashed open their skulls and ate up
their brains and imagination?

terça-feira, 17 de março de 2009


Estou cursando o segundo ano de Comunicação Social. Nesse período tive professores razoáveis, uns poucos muito bons e alguns medíocres. Pretendo aqui fazer uma micro reflexão de fim de noite sobre um aspecto pertinente a todos mestres: sua atitude na relação aluno x professor.
Baseio-me na minha experiência como aluno, não só de uma instituição de ensino superior, mas desde meu primeiro ano de escola primária.
Há professores que deixam claro a dicotomia professor ensina x aluno aprende. Não há um mínimo de dinâmica, de interação. Esse é o modelo encontrado nas escolas de ensino fundamental e médio.

Na faculdade é diferente: aí sim surge a dinâmica, o debate. Aprendemos a importância de saber conceitos, tecer idéias. O professor universitário abre espaço: ouve seus alunos, sana suas dúvidas. Mesmo quando a maioria dos alunos está aquém do esperado pelo mestre, esse supostamente deve ser paciente, se preciso for, ''desenhar'' para os alunos, esses que são leigos, crianças rescém saídas do mundo do senso-comum, do mundo das aparências. Raríssimas excessões, um aluno não chega à faculdade com Marx, Descartes, Adorno ou Peirce na bagagem. Chega cru, nu, tabula rasa. Os professores, através de muita paciência, compreensão, boa vontade e certa dose de modéstia, têm como objetivo mostrar o universo acadêmico ao estudante, situá-lo, eniná-lo a e forçá-lo a pensar. Tive professores realmente bons, exatamente assim. Filosofia, Sociologia, Teoria da Comunicação, Antropologia, Sociologia da Comunicação, Realidade Regional. Aulas que mudaram minha maneira de ver muita coisa, mudaram meu mundo cognitivo. Serei sempre grato a esses que devem merecidamente ser chamados de mestres.
Há também o professor medíocre, aquele que dá uma aula sem substância, sem vontade mesmo, algo xoxo e triste de se ver. Não tem pragmatismo, dinâmica e nem vergonha na cara.

E há o outro, que nem merece ser chamado de professor. É aquele ''gênio'', aquela pessoa grandiosa, perfeccionista, egocêntrica, que tem sempre a razão, que não se abre para ser questionado, não propõe debates, que crê com todas as forças de sua mente que a sua diciplina é superior a todas as outras e o mundo todo, em todos seus mínimos aspectos, gira em torno dela. É o sujeito que se gaba dos seus feitos, de seu repertório intelectualíssimo, e deixa claro, bem claro, que é mais inteligente que todos seus alunos. Que em sua cabeça a relação ''professor x aluno'' na verdade deveria ser ''Deus x aluno''. De sua torre de marfim, esse sujeito contempla o mundo e tem todas as respostas para todas as perguntas. E ai de quem duvidar dele.

Finalizando...encontro-me numa situação assim com um de meus professores. Que atitude tomar, qual ação deve ser posta em prática? Dizem-me alguns para apenas fingir concordar com tudo o que é dito pelo tal, jogar o jogo dele, sair bem nos testes e esperar tudo isso passar. Dizem para que eu não discuta, não argumente, apenas ouça durante um dia por semana quase três horas de ensinamentos desaforados, calcados em pura falta de modéstia e masturbação intelectual. Mas não sou assim. Mesmo que acabe comprando uma verdadeira ''briga'' com tal sujeito de traços psicopáticos, estou disposto a dizer sempre o que penso, o que duvido sobre tudo o que é me dito. Afinal, não sou uma esponja, não há verdade absoluta, e o mundo não é apenas um amontoado de signos e significações. Pode acreditar, é muito, muito mais que isso.