segunda-feira, 8 de junho de 2009

Roça'n'roll 2009


Foi lindo lá. Eu que já fui um headbanger não mentirei, cheguei ao local cheio de pré-conceitos. Quebraram-se todos. Não houve nenhuma briga, nenhuma confusão no local, ninguém abusando no uso de drogas. Umas 3.000 pessoas em paz, apenas curtindo música por mais de 10 horas ininterruptas. O lugar fica numa serra ao lado de um rio, sem mais nada por perto. À noite, naquele frio intenso, todo mundo se enrolou em cobertores, mantas. Alguns sentaram-se e assistiram os shows assim. Casais se abraçavam para se esquentar, enquanto as bandas tocavam. Barracas com chocolate quente, pizzas, cognac. Luzes estroboscópicas vindas dos palcos, luzes amarelas vindas das barracas e dos postes.Foi bonito mesmo. Foi como uma centelha do Woodstock.
Acho tão belos animais como o pinguim Imperador ou o Lovebird, que têm a mesma parceira por toda a vida...

Acabei de ler um artigo do Dr. Drauzio Varela, dizendo que pesquisas de uma universidade americana mostram que a monogamia é fruto de certos agentes químicos que atuam em nosso cérebro. Concluí que meu cérebro transborda desses tais ''agentes químicos''. Me vejo com a mesma pessoa daqui 50 anos. Não sou capaz de trair, de sacanear. De MENTIR. Não quero outra pessoa. Quero só uma pra vida toda. Tenho vontade casar logo, ficar junto o tempo todo. Como esses poucos animais monogâmicos, raros. Mesmo que a vontade de ter uma só pessoa, da monogamia, não seja algo que venha do amor, do sentimento, mas algo fisiológico, parece muito difícil duas pessoas terem esses mesmos agentes em suas cacholas, trabalhando. Incertezas, desconfianças, ciúmes, enfim, cansar da pessoa, ter vontade de conhecer outras pessoas, ter outros relacionamentos, desistir do atual. Isso é coisa de homo sapiens sapiens. Animais monogâmicos não pensam nisso nunca.
Cada vez mais vejo que o amor, o afeto por uma pessoa especial, encontra-se somente no mundo da linguagem, do discurso, como tudo nessa vida.

terça-feira, 2 de junho de 2009

02 de Junho

Li essa semana ''O Amante'', auto-biografia da Marguerite Duras, que vai de sua infância na Indochina até sua adolescência em Paris. Conta sua história com um milionário chinês, que ela conheceu quando tinha 15 anos de idade.Um livro intenso, sincero, e com um final bonito e triste, quase que um ''the end'' de filme.



Marguerite Duras, parabéns pelo seu dia.
(Yeah, porque ser irônico is cool!)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Duas notas sobre o mesmo assunto

- Sobre Pushing Daisies: o casal se ama, é todo afetuoso, carinhoso. Mas eles não podem se tocar, literalmente.Senão ela morre. Enfim, não entrarei em detalhes (detalhes aqui)

- Sobre os atores e atrizes do mundo pornô: raras exceções, em comparação com todo o mundo ''não-pornô'', os atores e atrizes pornôs são os que amam de maneira mais bonita e sincera. Pelo óbvio : não têm seu relacionamento baseado em sexo, e ciúmes, e descofiança, e, e, e etc.

Sexo é bom, dá prazer. Mas também é efêmero e não deve ser estandartizado. Dar importância ao sexo, só falar ''de'' e ''sobre'' e ''querer'', isso é amor? Não. Infelizmente muitas pessoas confundem. Isso é só desejo sexual natural, de reprodução. Amor é tudo isso aí que sempre ouvimos falar, que tornou-se até cliché: é carinho, proteção, segurança, é gostar da pessoa como ela é, ser amigo, gentil.Enfim, amar uma pessoa e copular com uma pessoa são coisas completamente diferentes.Não falo dessa vez por mim, falo como creio que tudo é. Eu? Sou só um carinha antiquado que acha que conheceu a garota certa e que vai ficar com ela a vida toda.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O suicídio é uma solução?

Não, o suicídio ainda é uma hipótese. Quero ter o direito de duvidar do suicídio assim como de todo o restante da realidade. É preciso, por enquanto e até segunda ordem, duvidar atrozmente, não propriamente da existência, que está ao alcance de qualquer um, mas da agitação interior e da profunda sensibilidade das coisas, dos actos, da realidade. Não acredito em coisa alguma à qual eu não esteja ligado pela sensibilidade de um cordão pensante, como que meteórico e ainda assim sinto falta de mais meteoros em acção. A existência construída e sensível de qualquer homem me aflige e decididamente abomino toda realidade. O suicídio nada mais é que a conquista fabulosa e remota dos homens bem-pensantes, mas o estado propriamente dito do suicídio me é incompreensível. O suicídio de um neurasténico não tem qualquer valor de representação, mas sim o estado de espírito de um homem que tiver determinado seu suicídio, suas circunstâncias materiais e o momento do seu desfecho maravilhoso. Desconheço o que sejam as coisas, ignoro todo o estado humano, nada no mundo se volta para mim, dá voltas em mim. Tolero terrivelmente mal a vida. Não existe estado que eu possa atingir. E certamente já morri faz tempo, já me suicidei. Me suicidaram, quero dizer. Mas que achariam de um suicídio anterior, de um suicídio que nos fizesse dar a volta, porém para o outro lado da existência, não para o lado da morte? Só este teria valor para mim. Não sinto apetite da morte, sinto apetite de não ser, de jamais ter caído neste torvelinho de imbecilidades, de abdicações, de renúncias e de encontros obtusos que é o eu de Antonin Artaud, bem mais frágil que ele. O eu deste enfermo errante que de vez em quando vem oferecer sua sombra sobre a qual ele já cuspiu faz muito tempo, este eu capenga, apoiado em muletas, que se arrasta; este eu virtual, impossível e que todavia se encontra na realidade. Ninguém como ele sentiu a fraqueza que é a fraqueza principal, essencial da humanidade. A de ser destruída, de não existir.

Antonin Artaud


quinta-feira, 28 de maio de 2009

sábado, 23 de maio de 2009

Como passo minhas madrugadas de sábado?

A - Em baladas chapando como louco e pegando todas as menininhas.

B - Fumando maconha e ''filosofando'' com meus amigos pseudo-intelectuais.

C - Assistindo um filme de terror dos anos 30 e bebendo café, sozinho, no quarto.


El grande (Literalmente) Boris Karloff


Bela ''Dracula'' Lugosi








Resposta: C - Não dormi. Resolvi tomar café e assistir The Black Cat, de 1934, com Bela Lugosi e Boris Karloff. Tirando o fato de que a história, supostamente baseada no conto do Poe, não tem NADA a ver, é um filme e tanto. Porque ver dois monstros de filmes clássicos de horror tretando é sempre bom.

Sábado, 23 de Maio de 2009

Acordei às 11:30. Almocei, vi um filme com Gene Wilder e Richard Prior. Apesar de adorar essa dupla, em especial o Wilder, não dei sequer uma risada durante todo o filme. Li umas páginas de Através do Espelho, do Jostein Gaarder, e uns capítulos da última HQ do Superman que comprei, dedicada às aventuras do homem de Crypton com seus colegas jornalistas do Planeta Diário.
Um colega passou rapidamente, disse que voltaria.Não voltou. Um amigo ligou-me e perguntou se eu estava bem, porque ontem viu que eu ''estava com cara de coveiro''. Fiquei feliz dele ter ligado só pra perguntar isso (alguém se importa? Creio que isso seja Amizade). Como já dito, meu amigo Henrique deu uma passada aqui também. Tivemos uma conversa boa, conversa de velhos conhecidos, de hobbits (e essa é a segunda vez que cito os pequenos aqui nesse blog. Estou desconfiado que há um Hobbit em minha sala de aula, mas isso deixo pra comentar outra hora - eu deixo tudo ''pra outra hora).


Escovei meus dentes, lavei o rosto vagarosamente. Enquanto olhava no novo espelho do banheiro (pois o antigo eu quebrei em querer), vi um sujeito com a barba grande, com um semblante diferente do qual eu vejo todos os dias. ''Hey, tem algo errado com você,cara.'' Voltando para o quarto, meu cachorro, deitado no sofá, levanta a cabeça e lança me seus olhinhos cheios de melancolia. Eu, idem.
Agora não é nem uma da manhã e já vou dormir. Há muito tempo não durmo antes das três ou quatro. Sim, há algo errado comigo.

Passos Cultural

Eis que durante uma agradável visita noturna, eu e o Homem Elefante estávamos procurando por blogueiros de Passos. Encontramos uma pessoa com formação em filosofia (qualquer hora ainda falo sobre a profissionalização da filosofia, algo mais que absurdo, e sobre a diferença entre alguém formado em filosofia e um filósofo, de fato.) que fez um blog sobre a intensa vida cultural de Passos. O blog mostra de maneira perfeita tudo o que acontece por essas bandas. Apreciem clicando AQUI.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sexta-feira, 22 de Maio de 2009

Acho que eu nunca mencionei isso: maio costumava ser o meu mês da sorte. o mês onde pequenas coisas incríveis e boas aconteciam comigo. Coisas simples.
Eu estava em um Café daqui onde vendem umas coisas naturais, e ganhei, do nada, um pote de coalhada, ''cortesia da casa''. Foi algo bobinho, mas que aconteceu no meu mês da sorte. Acontece que essa foi a única coisa que me aconteceu de boa. Agora não sei de mais nada.
A parte da manhã foi tranquila, como sempre. Cheguei em casa e enquanto almoçava, assisti o piloto da série Pushing Daisies. Achei bonita, a atmosfera lembrou o filme Amélie Poulain, e a série é uma comédia leve com tons de romance. Eu gostei mesmo! Depois de ver, fui feliz comentar com alguém sobre, e algo inesperado (coincidência demais? Não acredito em coincidências...) aconteceu.
Resumindo: estou desde a hora do almoço com um nó na garganta, com a minha cabeça neurótica a mil por hora. Estou triste como há muito tempo não ficava. Apesar de ser ruim por um lado, há também um lado ''bom'': assim entro mais em contato comigo mesmo, conheço-me mais, sinto-me mais. O que escrevo aqui no blog, ou em qualquer outro lugar ou falo com alguém , não são mentiras, eu não sou um personagem, não construí nenhuma máscara. eu me exponho como sou, mesmo que isso seja extremamente patético. Não ligo de saber que muitos leem-me e depois se riem. C'est la vie.
Cheguei em casa há vinte minutos. Ouço Belle and Sebastian. Tenho vontade chorar e ficar pateticamente deitado em minha cama. Mas não farei isso. Vou tomar um banho, terminar um trabalho e ir à faculdade.
Tolkien escreveu na introdução ao Senhor dos Anéis que você pode conhecer um hobbit por cem anos e , mesmo assim, um dia ele ainda pode te surpreender. Estendo esse pensamento às pessoas também.
Queria falar sobre o meu conceito de amor. E de relacionamento. Mas não vou. Não tenho cabeça, ou como diriam alguns engraçadinhos...não tenho condições psicológicas pra isso no momento.
Uma canção triste começou agora. Meu peito está apertado. E minha mente ahhhhhhhhhh!