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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Oi! Sonhei com você.

Dificilmente tenho sonhos desagradáveis. Não consigo nem lembrar do último sonho desagradável que tive. Pesadelos, então, sem chance. Meus sonhos geralmente são comuns: alguns desejos reprimidos, algumas vontades saciadas, algumas coisas nonsense e repetições do meu cotidiano.
Às vezes eu sonho com alguém — que me encontrei com alguém, conversei. Geralmente estes sonhos acontecem em Cafés, eu concertos ou caminhando por alguma rua. Quando acordo, consigo lembrar de boa parte da conversa e das sensações.

Hoje mesmo tive um sonho assim. O problema é que, quando tenho este tipo de sonho, fico com muita vontade de contar para a pessoa. Quando é alguém com quem tenho intimidade, sempre falo sobre o sonho. Mas raramente sonho com pessoas com as quais tenho intimidade. Portanto, o que fazer quando o sonho é com alguém que mal conhecemos?

Imagina só, você abre seu aplicativo de mensagens e está lá: “oi, sonhei com você hoje a noite inteira”. Não dá. Qualquer tentativa de contato para mencionar o sonho vai ser tratada como uma cantada barata, se for com uma mulher, e se for com um homem a reação pode ser ainda pior.
Não há o que fazer. O jeito é colecionar estes sonhos, estas conversas prazerosas e interessantes comigo. Mas sempre fico com essa vontade de contar, mesmo depois de muito tempo.

Talvez essa minha vontade de contar os sonhos possa ser explicada, principalmente quando sonho com pessoas que não conheço bem. É algo simples, até: tenho certa dificuldade de interagir com as pessoas e socializar de modo geral. Então vejo estes sonhos como desejos que tenho de estreitar laços com pessoas que acho interessantes, pessoas que me atraem.

Não acredito em nenhum tipo de espiritualidade ou conexão astral, nem em nada semelhante, mas confesso, há algum mínimo resquício daquela esperança infantil, daquela besteira toda idealizada de que a pessoa possa, quem sabe, dizer “nossa, eu também sonhei com você”.