Quero dizer, não sou bom em lidar com elas. Não sei conversar, puxar assunto ou manter um diálogo interessante. Quanto menos conheço a pessoa, mais dificuldades tenho em me relacionar com ela. Quando eu era adolescente eu atribuía isso à timidez. Depois de adulto, descobri que não era isso.
Sou uma pessoa muito intensa e não consigo manter conversas frívolas ou superficiais. No dia a dia é penoso ter que aturar este tipo de contato. Em um âmbito mais pessoal, procuro estar sempre com amigos íntimos. Não gosto de grupos nem de lugares com muitas pessoas. É isso.
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Uma coisa maravilhosa sobre amizade é que ela não perde sua força, mesmo quando as pessoas perdem o contato. Vi um cara na rua hoje que ia muito em minha casa há uns 15 anos. Distanciamo-nos naturalmente; acontece. Cada um seguiu seu rumo. E ao vê-lo, em alguns segundos estávamos conversando com a mesma naturalidade e intimidade de 15 anos atrás. Isso me deixa feliz. Convidei ele para me fazer uma visita.
Por outro lado, às vezes me incomoda - mesmo que isso seja normal - quando pessoas que já foram tão próximas, íntimas e presentes se tornam estranhas. Tudo fica esquisito. Como se houvesse uma parede, um tabu ou algo invisível que impedisse a reaproximação. Respeito e nunca tento me reaproximar nestes casos, nunca forço nada. Mas fico naquela nostalgia ao ver essas pessoas, e com um ponto de interrogação na cabeça. Sim, eu gostaria muito de me reaproximar. Mas não sei como.
sexta-feira, 13 de março de 2020
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