domingo, 31 de janeiro de 2010

Rest in peace,Jerome.


E no dia 28 foi J.D.Salinger quem nos deixou. Mesmo recluso desde os anos 50, época em que também publicou seu último livro, senti a sua morte. Eu e todas as gerações que, desde o lançamento de ''The Catcher In The Rye'', carregam um pouco das amarguras do personagem principal. Quando li esse livro, eu tinha a mesma idade de Holden.E as desventuras dele pela cidade tornaram-se as minhas desventuras. Sempre terei algo de Caulfield em mim.
Salinger foi um escritor que voltou seu olhar para as coisas pequenas.As desventuras. E todo personagem seu, mesmo os que pareçam estereotipados, são estranhamente saborosos. Tipos únicos e inesquecíveis, como o velhinho mudo de ''Raise High the Roof Beam, Carpenters''...
Há uma lenda que torço para que se confirme. Dizem que Salinger, desde que ''tirou férias do mundo'' nos anos 50, não passou um dia sequer sem escrever. Em sua única entrevista, disse que não publicaria mais nenhum livro. Que escrevia somente para sí e mais ninguém. E sua esposa já chegou a confirmar que ele escrevia diariamente. Minha esperança é de que um dia tenhamos muitos livros de J.D. Salinger. Dezenas deles.

Em minha imaginação, Salinger está agora em um campo de centeio, próximo a um penhasco, impedindo que as crianças que brincam por ali caiam em um momento de distração. E ele sorri. Porque isso foi sempre o que ele quis fazer.

Eric Rohmer, repose en paix.


Janeiro de 2010 começou mal. Sim, começou muito mal. No dia 11 perdemos Eric Rohmer. O mais velho homem da nouvelle vague. Em cada um de seus filmes imprimiu sua marca: a simplicidade, seu olhar sobre as relações e, como seu amigo Truffaut, soube como poucos filmar o amor. Seu sonho era ser escritor. Chegou, de fato, a publicar um livro. E foi durante anos editor da Chariers Du Cinema. Mas para a nossa sorte, tornou-se cineasta. Fez As Tragédias Históricas, Comédias e Provérbios, Contos Morais e os Contos das Quatro Estações, séries de filmes facilmente inesquecíveis.

Na noite de sua morte, revi, de madrugada, Le Signe Du Lion,seu primeiro filme. Ao terminar de assisti-lo, estava com os olhos rasos de lágrimas. Lembrei-me da garotinha do final do filme Conto de Inverno. A avó a pergunta: ''porque está chorando?'' Ao que ela responde: ''estou chorando de felicidade''. Simples assim.
Obrigado, Rohmer.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

19 de Dezembro de 2009

Pensamentos Avulsos


''Não importa o que faremos de nós. O que importa é o que faremos daquilo que fizeram de nós.''


- Às vezes, em alguns dias como o de hoje, fico pensando no quanto já fui ofendido, usado e até humilhado. Penso e ainda dói. Vejo que tempo é nada. Nada passa. E digo: qual é o ponto? O que estou fazendo com a minha vida? Infelizmente, chego quase sempre à mesma conclusão : que faço da minha vida o que as pessoas queriam que eu fizesse.


- Perfeito é só aquilo que é idealizado, projetado; perfeição é o nome dessa máscara, feita por nós, para encobrir a verdade (e verdade é o que está atrás da máscara, o imperfeito, o sujo.) E todos usam as máscaras que lhe são atribuidas. Todas as pessoas são hipócritas.

domingo, 25 de outubro de 2009


Cheguei no Café com a minha menina, vestindo um pullover e com ar sério. Chamei a garçonete sutilmente e, gastando todo o sotaque italiano que não tenho, pedi:
- '' Por favor, um Caffè Latte'' - e ela, agindo rotineiramente, se dirigiu à outra garçonete, a que fazia os cafés:
- Faz um pingado pro moço aqui.
E foi esse o dia em que me senti um pedreiro. Fiquei imaginando se ela traria o café em uma caneca de 'prástico' ou em um copo americano...
Tem um vaga-lume caminhando lentamente pela tela do meu computador.Solitário...Perdido...

domingo, 20 de setembro de 2009

Neuróticos do Mundo, Uni-vos!

Eis que quando o domingo fez meia-noite, reencontrei um amigo, um velho amigo de noites de whisky e frio. O único capaz de acalmar-me. E não nos viamos desde ano passado. Agora ouço Elliott Smith cantando baixinho para mim, sinto um amargo característico em minha boca, e uma sonolência lenta, sem sentimento algum. Amanhã com certeza irei desfrutar de sua companhia apaziguadora novamente. Hoje, quero apenas dormir.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Segunda - Feira - 10/08/2009

Volta às aulas.
Uma Rolleiflex SL 35 em mãos.
Solidão.
Faltam-me palavras.
Agora?
Ver um filmezinho do Buster Keaton e dormir.

Um dia ela disse que somos sozinhos.
Eu disse que não, que só somos sozinhos se quisermos assim.
Agora?
Sou só.

domingo, 26 de julho de 2009


You are The Hermit


Prudence, Caution, Deliberation.


The Hermit points to all things hidden, such as knowledge and inspiration,hidden enemies. The illumination is from within, and retirement from participation in current events.


The Hermit is a card of introspection, analysis and, well, virginity. You do not desire to socialize; the card indicates, instead, a desire for peace and solitude. You prefer to take the time to think, organize, ruminate, take stock. There may be feelings of frustration and discontent but these feelings eventually lead to enlightenment, illumination, clarity.


The Hermit represents a wise, inspirational person, friend, teacher, therapist. This a person who can shine a light on things that were previously mysterious and confusing.


What Tarot Card are You?
Take the Test to Find Out.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

''...o que te faz continuar ? tem que ter algum motivo, sei lá.''

O que me faz continuar? A curiosidade pelo Acaso.E nada mais.

“Quando se vive, nada acontece. Os cenários mudam, as pessoas entram e saem, eis tudo. Nunca há começos. Os dias se sucedem aos dias, sem rima nem razão.'

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Caio Fernando Abreu - a imagem que eu tinha dele era a de um cara delicado e extremamente triste, angustiado e solitário, colocava-o lado a lado com Clarice Lispector, Fernando Sabino e outros grandes de seu tempo.
Após ler Morangos Mofados, notei que o escritor é EXTREMAMENTE superestimado. Ele não é tudo isso nem a pau. É só um drogado deprimido. E nesse quesito, meu velho, prefiro meu querido William Seward Burroughs. Aliás, gostei do Caio, gostei sim,como gosto do Burroughs(não tanto quanto), mas senti uma coisa nos textos dele: parece que escreve para exorcizar seus próprios demônios, escreve para desabafar. Feio demais chamar isso de literatura. O que salva é que , como Burroughs, o cara tem lampejos de lirismo impressionantes e fluxos de pensamentos plausíveis. Resumindo, é bom sim, mas não é tudo isso que dizem por aí.