O dia está ensolarado e quente. Acordei mais cedo. Alimentei os gatos e saí. De casa ao trabalho eu levo 7 minutos apenas. No trabalho, muita coisa a fazer, mas tudo sob controle. Neste exato momento ouço o álbum Nebraska '82, do Bruce Springsteen, na íntegra. Maravilhoso! A vida vai bem. Segue seu curso.
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Tenho pensado muito em pessoas com as quais não mais convivo. Aquele amigão do ensino médio. Aquele parceiro da época do exército. Aquela amiga que simplesmente sumiu. O outro que se mudou. Sabe? Eu levo a vida numa boa, na medida do possível, e deixo estar. Deixo fluir. Não incomodo ninguém nunca. Mas, às vezes, sinto muita saudade desse pessoal todo. Queria ligar pra cada um e colocar o papo em dia, marcar um café. Eu sei, eu sei que talvez não valha o esforço, mas queria. Assim, no passado. Queria e logo não quero mais - que vivam suas vidas, com o peso de suas escolhas.
Tenho pensado muito em como as pessoas marcam nossas vidas. Tive um amigo, por exemplo, que sempre me apresentava artistas novos. Trocávamos álbuns e dicas musicais. Até hoje, quando ouço algo que penso que ele iria gostar de conhecer, sinto-me nostálgico e um tanto triste por não poder mais simplesmente compartilhar isso com ele. Ou outra pessoa, que tinha um afeto e uma visão de mundo sonhadora e um tanto ingênua que praticamente não tinha lugar neste mundo cão, que era encantadora e cheia de amor. E então mudou completamente e sumiu. Ou o outro que foi meu companheiro de viagens e bares e reuniões em casa por anos a fio. Até que sumiu. Parece-me que a vida adulta é sobre isso: perder, afastar, sumir e superar. Não culpo ninguém. Mas gostaria de dizer, sabe: ainda amo todos eles. Onde quer que estejam, envio meu amor.

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