terça-feira, 10 de setembro de 2019

Sobre guardar comigo

Guardo comigo somente as coisas boas e os bons momentos - esses em forma de lembranças confortáveis e cheias de amor. Guardo cartas, dvds gravados com músicas e vídeos, bilhetes, abraços apertados e demorados, olhares, sorrisos cheios de cumplicidade, risadas e longas conversas. Guardo vozes, cheiros e todo o afeto que me demonstraram um dia. Mantenho todas essas lembranças em um cantinho mental especial, e todos os itens em uma caixa. Décadas de convivência, de trocas, de experiências. Guardo também um levíssimo sentimento de melancolia pelas pessoas que se foram, afastaram-se, mudaram, sumiram. Sinto falta de vocês. De algumas, mais ainda. De uma. Mas isso não é algo que me entristece de modo algum. 

Ao olhar minha caixa de lembranças e ao vasculhar minhas memórias, sinto-me feliz de verdade. Em paz. Tento amar todos à minha volta e mantê-los por perto. Tento mesmo. Mas (e isso pode certamente ser um defeito meu) não consigo correr atrás de ninguém; correr atrás de atenção, de afeto, de amizade que um dia significou tanto, de amor... Penso que se o sentimento e a interação não são recíprocos, a vida segue...

Guardo em mim todo o amor do mundo. E compartilho com quem convive comigo. É isso.

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