sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

O coração leve. O tanque cheio. Um fim de semana logo adiante. Não vejo a hora de pegar a estrada.

Seria bom ter companhia? Claro! Mas convivo bem comigo mesmo também. Já estou com um sorriso no rosto, só de imaginar o amanhã: acordar cedo, tomar um farto café, vestir o velho jeans da Levis, a jaqueta de sarja, o colete e as luvas de couro, colocar o capacete, montar na máquina e sair por aí.

Todo fim de semana tenho rodado mais de 200 kms. Sem rumo, sem pressa e sem destino. A saúde mental proporcionada por esta atividade é algo incrível. Volto para a casa em absoluta paz. Pegar a estrada é zen.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Sobre coisas que têm um enorme significado para mim

Eclipse, Folhas Caídas, Bancos de Praça, Caminhadas, O Teatro Mágico, Longos Olhares, Longos Abraços, Sorriso Sincero, Chuva, Cafeteria, Desenhos antigos, Polaroid, Indie Pop, Lomo, Leminski, Bergman, Amélie Poulain, Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Belle & Sebastian, Pullovers, Mãos Dadas, Moleskine Vermelho, Dias Nublados, Noites Frias, Encontros Esperados, Encontros Inesperados, Borboletas No Estômago, Timidez, Silêncio, O Tempo - Tanto, Tanto Tempo e um nó constante na garganta sempre que penso ou sinto essas coisas que tem um enorme significado para mim. 

Sobre sutileza e delicadeza

 Tento muito viver a vida assim, de forma sutil e delicada. Tento tratar as pessoas assim também. Mas é difícil, principalmente quando não há reciprocidade. No entanto, persisto. Mesmo que alguns dias e algumas pessoas me deixem amargo à vezes, em meu âmago sou o que sou: calmo e leve. E assim permaneço. 

-*-*-

Eu tenho um problema. Um incômodo, e tenho isso por mais de 10 anos. O nome deste mal é saudade. E, a cada dia que passa, a cura me parece mais e mais impossível. Aprendi a conviver com isso. Às vezes me faz bem, quando em forma de lembranças. Às vezes me dói. Mas é algo que carrego comigo e protejo bem. É a minha saudade.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Sobre o natal

 Não sou cristão. Não que isso signifique alguma coisa em relação ao natal, pois a grande maioria dos cristãos não usa a data para comemorar o nascimento de cristo, mas para se reunir, comer e beber. Enfim.

Dito isso, digo também: gosto do natal. Sempre gostei, desde criança. Não sei explicar bem o motivo. Talvez seja porque, nesta data, tudo fica aparentemente mais pacífico e cheio de amor. Mas acho que isso é coisa da minha cabeça. Sim, deve ser. Gosto das luzes também. Tanto que uso uma luz de natal em meu quarto 365 dias por ano. Fica um clima aconchegante, sabe? Todos que entram em meu quarto sentem isso. Conforto. Não vou mentir, também curto as comidinhas diferentes e tal. Gosto até mesmo das reuniões familiares - claro, neste ano da peste, cada um vai passar com os seus. Sem aglomeração (mentira. As pessoas pouco se importam com esta pandemia e vão fazer tudo como se estivesse tudo bem). 

É isso. Amo o natal, amo as luzes, a paz e a tranquilidade que ele traz. Procuro ter este sentimento natalino em mim ao longo de todo o ano. Dar conforto. Promover o amor. Essas coisas assim. Feliz natal!



sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Um bom dia em Glasgow

 


 Um bom dia em Glasgow. Parece que tudo está indo bem.Acordei com o barulho da chuva no telhado, li um trecho da bíblia, tomei o café da manhã e saí com minha capa de chuva lilás. A desolação do parque é apenas aparente. Quando termina a chuva, dezenas de pequeninos seres aparecem em todos os cantos: pássaros, borboletas, um ou outro esquilo e alguns cães. Saio de casa toda manhã e vou sempre ao mesmo local, o Café Willow Tea. É como se um imã me atraísse. Peço um expresso, apesar de não ter vontade alguma de beber. A garçonete pergunta se quero uma empada de queijo. Ela sempre pergunta isso, porque as primeiras vezes que fui ao Café comi algumas. E agora eu sou o Garoto das Empadas de Queijo. Parei de comê-las, passei a tomar apenas um expresso. Continuarei assim até a garçonete esquecer que um dia fui o garoto das empadas de queijo. Só espero que ela não passe a achar que me tornei o garoto do café expresso. Mas acho que não há esse risco, porque muitas pessoas vão a um café apenas para tomar...café.

 O Willow Tea é um dos Cafés mais antigos da cidade. É decorado com fotos de pessoas famosas que nunca estiveram lá. Tenho uma sensação estranha quando fico lá sentado, a maior parte do meu tempo livre, escrevendo canções e esperando que algo de diferente aconteça um dia, para quebrar a monotonia. Às vezes componho uma canção sentado inteira ali. Às vezes levo meus fones e fico quietinho, olhando meu café esfriar e curtindo alguma banda local. Da última vez fiquei ouvindo Vaselines. Apesar do nome ser meio inusitado, a bandinha é linda. Um casal que toca e canta pop fofo. Li em alguma revista antiga que era a banda preferida do Kurdt Kobain. Legal.Soa como se crianças doces e inocentes fizessem uma banda de punk. Bem, acho que vou ao cinema agora. Preciso conversar com o dono de lá. É parte de um trabalho de escola. Parou de chover.

(Não me lembro muito bem de ter escrito este texto. Tentei emular os textos que vinham nos encartes dos álbuns do Belle & Sebastian. De todo modo, é um textinho que gostou muito!)

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Voltei a sonhar acordado

Quando eu era adolescente eu tinha o costume de sonhar acordado. Sabe do que falo? Ficava horas e horas imaginando conversas inteiras, olhares, sorrisos e toques. E isso me salvava de uma inevitável solidão. 

De uns tempos pra cá voltei a sonhar acordado. Com encontros íntimos em Cafés confortáveis, em dias de chuva e frio. E posso dizer: novamente, isso tem me salvado. Mesmo com a perspectiva certa da não realização. Sonhar é bom.

 
 

 

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Sobre a falta de um proprósito

 Objetivos de vida hodiernos se resumem e se concentram na área econômica. A vida não pode se resumir a isso: dinheiro. Não pode. Deve haver mais. Preciso de mais. 

Religião e espiritualidade são muletas. Mas não há nada de errado em crer/praticar. O problema é quando isso se torna uma cortina de fumaça que impede de ver a realidade como ela é. O mundo não é um lugar maravilhoso onde o sol sempre brilha e todas as pessoas são felizes. Positividade individualista só serve para recarregar as baterias do ego. A vida também tem que ir além disso. Devo ultrapassar a ideia de deus, de espiritualidade, encarar o vazio e, ainda assim, entender: a vida é mais que isso. Tem que ser. 

Mas, se a vida não é dinheiro ou deus, o que ela é? Ou, melhor: qual é  o seu propósito? 

Intelectuais das mais diversas áreas já se dobraram por anos em cima deste questionamento. Ideias não faltam, e não é a minha intenção aqui analisá-las e sequer as expor. Quem busca por sentido na vida deixa de viver e se torna miserável. Eu tenho/sou o sentido, o propósito e preencho minha vida com isso. O propósito é construir um ser-no-mundo em meio ao caos do acaso. É tentar fazer algo com o que tentaram fazer de mim. 

Enfim, definições do tipo não faltam. Penso em um de meus alemães preferidos, que disse que na vida o homem tem pouquíssimo tempo livre, de fato. E que faz questão de preencher este tempo livre com qualquer coisa, para que assim nunca pense no propósito de sua liberdade. 

Liberdade, vida, propósito. Monologo profundo e solitário. Há anos não entro em uma conversa assim com alguém. Tenho me sentido cada vez mais só. Mesmo entre os poucos amigos que me restam. Não sei qual é  o propósito de minha vida, de minha existência. Só sei o que sinto: que  os anos estão passando, os amigos diminuindo e a solidão aumentando.

 O que me mantém vivo, francamente? Amor e arte. Enquanto houver livros que merecem ser lidos, filmes e músicas que me sejam atraentes, eu viverei. E viverei bem. 

E amor. Pela família. Pelos pets. Pelos desconhecidos que sofrem, por quem sequer pensa em mim. Todo amor é o maior amor do mundo. E o meu amor, minha intenção de amar é grande. Tanto que sobra. Mas sinto que essa sobra transborda dia após dia, para nunca mais voltar.

Sobre amor sem destino

 Tanto amor. Sem destinatário. Sinto-me como uma extensa carta romântica-e-brega-e-sonhadora escrita à mão. Com o campo "Remetente" em branco. Aos cuidados de.

 



quarta-feira, 18 de novembro de 2020

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Sobre um amigo que se foi

 Há cerca de 6 anos ele apareceu. Magro e assustado. Um gato preto, já velho, que provavelmente sofreu por toda a sua vida. Em minha casa encontrou alimento e amor, além de amigos felinos. Ficou conosco por todo este tempo. Era arisco e só comia carne. Não demos um nome. Como era selvagem, respeitamos sua condição e o chamávamos de gato preto, negão, pretinho e outros apelidos semelhantes.

 Há uns 3 meses ele adoeceu e tratamos no veterinário. Neste fim de semana ele novamente ficou ruim, corremos para cuidar, mas ele não resistiu. Sei que fiz o que pude, mas ainda assim, a sensação é de que poderia e deveria ter feito mais. Sinto que perdi um amigo.

 Os outros gatos estão sentindo a ausência dele. Eu também. Cheguei em casa ontem e não o vi deitado no canto de sempre. Ele não esperou por carne na porta da cozinha na hora do almoço. Sua casinha estava vazia. Tento justificar a sua morte: ele estava muito ruim, com vários problemas de saúde. Descansou. Mas, no fundo, não aceitei bem isso. Amei este gato, como amo todos os outros animais que tenho e não tenho. Meu consolo é que ele encontrou um lar amoroso para desfrutar de seus últimos anos.