quinta-feira, 26 de julho de 2007

^^ Lucil ^^



Eu e meu amigo, nós não somos amigos mais
não nos falamos faz muito tempo
E se tivessemos que falar, o que poderiamos dizer, sentados lado a lado
Há muito tempo, nós dançavamos e cantavamos
Podiamos ficar juntos sem dizer nada
Há muito tempo, tudo pareceu muito mais que isso
A lagoa parece tão tranquila essa noite
E os cisnes estão todos cantando juntos
Bem, eu sôo sozinha aqui na minha volta para casa
De novo, quando não há ninguém esperando
Há muito tempo, nós dançavamos e cantavamos
E isso significava algo
Há muito tempo, eu e meu amigo...eramos amigos
E agora não nos vemos mais...

Julie Doiron - Me and My Friend

O Uivo


Eu vi os expoentes da minha geração destruídos pela loucura,
morrendo de fome, histéricos, nus,
arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada
em busca de uma dose violenta de qualquer coisa
"hipsters" com cabeça de anjo ansiando pelo antigo contato
celestial com o dínamo estrelado da maquinaria da noite,
que pobres, esfarrapados e olheiras fundas, viajaram fumando
sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis apartamentos sem água quente,
flutuando sobre os tetos das cidades contemplando jazz...



sexta-feira, 13 de julho de 2007

BLUES FÚNEBRE



Parem todos os relógios, desliguem o telefone,
Impeçam o cão de latir com um osso enorme,
Silenciem os pianos e ao som abafado dos tambores
Tragam o caixão, deixem as carpideiras carpir suas dores.
Deixem os aviões aos círculos a gemer no céu
Rabiscando no ar a mensagem Ela Morreu,
Ponham laços crepe nas pombas brancas da nação,
Deixem os sinaleiros usar luvas pretas de algodão.
Ela era o meu Norte, meu Sul, meu Este e Oeste,
Minha semana de trabalho, meu Domingo de festa
Meu meio-dia, meia-noite, minha conversa, minha canção;
Pensei que o amor ia durar para sempre: foi ilusão.
As estrelas já não são precisas: levem-nas uma a uma;
Desmantelem o sol e empacotem a lua;
Despejem o oceano e varram a floresta;
Porque agora já nada de bom me resta.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

sábado, 19 de maio de 2007

Sábado.

Fiquei em casa até as nove horas da noite. Ninguém ligou ou apareceu, então saí sem rumo. Passei numa lan house por aí, fiquei uns minutos, então um sentimento que me acompanha já faz um tempo aumentou. Senti aquele calor aconchegante no peito e fiquei meio bobo. Então saí. Me deu uma vontade enorme de comer...churros( ! ). No caminho até o único lugar daqui que conheço que vende churros, fui pensando: ''Será que isso é normal? Sair de casa sem rumo, vagar por aí, só para acabar numa barraquinha de churros?''. Quando cheguei na barraquinha, estava tocando Mutantes (!!!). A música? Balada Do Louco. Coisinhas assim que me fazem acreditar mais e mais no destino. Nada é por acaso.

''Ruas quase escuras iluminadas apenas por olhos grandes e curiosos
Seres rastejantes de sobretudo ou smoking passando apressados
Crianças nuas correndo sem medo de nada pelos cantos mais sombrios
Não há noite ou dia nem frio nem calor nesse mundo cinzento e mudo
Não há dor nem prazer nem preocupações nem amor e nem ódio
E nem Deus.''

sexta-feira, 18 de maio de 2007

E Eu ?


E eu ?
Vou vendo os dias passarem enquanto Moby toca na vitrola e eu me pergunto:
''Why Does My Heart Feel So Bad ?''

sábado, 5 de maio de 2007

Doctor Zhivago Excerpt



Foi uma despedida fria. Enquanto ela se afastava, ele ficou olhando, na esperança de que ela voltasse. Não voltou. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele foi para casa. Eles queriam, na verdade, se abraçar forte e dizer tudo o que sentiam, mas por algum motivo esconderam seu sentimentos. Chegou em casa e passou pela sala, onde havia um grande vaso com girassóis. Os girassóis pareciam murchos e algumas folhas caíam, como se as flores estivessem chorando.

sexta-feira, 27 de abril de 2007


Mas porque pensar sobre isso(a morte) quando todas as terras douradas a frente de você e todo o tipo de coisas nunca antes vistas esperam sedentas para surpreendê-lo e fazê-lo feliz que esteja vivo para ver? - Jack Kerouac.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Porão (Plágio, porque se Kerouac pode(Subterraneans) eu também rsrs)

Cena 1
Um quartinho de pensão decadente. Um quartinho pequeno, sem janelas, Talvez no subsolo. Paredes amarelas, descascadas e com manchas de mofo no teto. Uma cama rústica, com um colchão grande e antigo, de molas. No canto, uma pequena estante com um abajour em cima. Um abajour de louça branca, cheio de ranhuras e trincados, com uma luz pálida, amarela e fraca. Na estante, alguns livros: Lorca, Dostoievski, Rimbaud, Joyce e Dickens. Ao lado da estante, num banquinho velho, um gramofone que ainda funcionava. Encostados na parede, enfileirados, alguns LPs: Miles Davis, Robert Johnson, Caetano Veloso, Glenn Miller, Sinatra. No chão escuro e gasto de cimento encerado de vermelho, algumas roupas jogadas e várias folhas escritas à mão, umas amassadas, outras rasgadas. Ao lado da cama uma garrafa de Ballantines pela metade. Pregado precariamente na porta, um poster com dizeres ''liberte egalite fraternite'' em vermelho com um fundo amarelo ameaça cair. Quem habita esse subsolo?

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Aqui vai um pensamento
Para todo homem que tenta entender o que tem em suas mãos
Eu andei por uma terra vazia
Eu conheço o caminho como a palma da minha mão
Quantas pessoas especiais Mudam!
Quantas vidas estão sendo vividas estranhamente!
Onde você estava enquanto eu ficava alto?
Eu estou bem aqui, nunca muito longe
Então acorde, ponha seu vestido
E por essa noite, nós escaparemos da realidade.